
Imagens da exposição ‘Retratos imigrantes’, em cartaz no museu.
Tudo junto e misturado
Construída por imigrantes, São Paulo promove a convivência entre as suas comunidades no Museu da Imigração e no Cine Imigrante
A imigração está no DNA de São Paulo e também é tema de um dos museus mais dinâmicos da cidade: o Museu da Imigração. Localizado na zona leste, em uma antiga hospedaria de imigrantes criada pelo governo do Estado para encaminhar trabalhadores às lavouras de algodão e café e depois às indústrias, o lugar costumava abrigar as pessoas que ajudaram a transformar a capital paulista e o país. De 1887 a 1978, período em que esteve ativa, a antiga hospedaria do Brás recebeu cerca de 2,5 milhões de pessoas de mais de 70 nacionalidades. Hoje, é um espaço dedicado à memória e à cultura desses viajantes, mantendo vivas suas histórias e seu estilo de vida.
Dona de um vasto acervo permanente que conta com depoimentos, fotos, documentos e jornais, o museu criado em 1993 era antes conhecido como Memorial do Imigrante. Foi reaberto em maio do ano passado, depois de uma grande restauração, com a missão de manter as boas relações com as comunidades tradicionais de imigrantes da cidade e de se aproximar também das novas. Além de uma exposição permanente, Migrar: experiências, memórias e identidades, que encara a migração como um fenômeno natural da sociedade, oferece diferentes mostras temporárias, como a atual Retratos imigrantes, composta por 50 fotografias das duas primeiras décadas do século XX – daqui e do Museu da Imigração de Ellis Island, em Nova York, estabelecendo um diálogo entre a realidade paulistana e a nova-iorquina.
Mas o mais bacana do lugar é que ele aposta na convivência e não se restringe às exibições. Lá acontece a Festa do Imigrante, que cuja 20a edição será nos dias 14, 20 e 21 de junho, com gastronomia, arte, música e dança típicas de diversas nacionalidades. Uma vez por mês, a partir de abril, há também oficinas gastronômicas que ensinam receitas típicas, oficinas de artesanato e workshops de dança. Aos finais de semana, acontece uma dobradinha de atividades educativas no sábado e outra no domingo. O próprio site do museu é uma rica fonte de conteúdo sobre imigração e conta com uma rádio imigrante, com estações de música alemã, armênia, japonesa, paraguaia e cigana – entre muitas outras.
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