Tags
barragens, BHP Billiton, botocudos, café, ciclo do ouro, desastre ambiental, erosão, gado, impunidade, lama tóxica, licenciamento ambiental, Mariana, metais pesados, minas gerais, mineração, Projeto Manuelzão, Rio das Velhas, rio doce, Samarco, vale do rio doce
“O desastre em Mariana se soma a uma tragédia de três séculos”
Para ambientalista Apolo Lisboa, rompimento de barragem é mais um episódio que evidencia o descaso com região mineira que sofre prejuízos ambientais e sociais desde o Ciclo do Ouro
A catástrofe ambiental causada pelo mar de lama que tomou Mariana (MG) após o rompimento da barragem da mineradora Samarco é o estopim de um descaso histórico dos governantes e empresas com a região.
É o que alerta o médico e ambientalista Apolo Heringer Lisboa, idealizador do Projeto Manuelzão, que mobiliza a sociedade para a recuperação hidro-ambiental do Rio das Velhas (MG). Para o especialista, professor da UFMG e doutor em Educação, os prejuízos da mineração em Minas Gerais são perceptíveis e se acumulam desde o final do século XVII quando iniciou-se o chamado Ciclo do Ouro.
A região do vale do rio Doce, por exemplo, vem sendo desde então palco de inúmeras tragédias: exterminação de tribos indígenas inteiras, desmatamento desenfreado, erosão do solo, contaminação da água por metais pesados, entre outras violações humanas e ambientais. Em entrevista a Carta Educação, o ambientalista falou sobre os principais danos e os possíveis caminhos para a recuperação da região.