Tags
afrodescendentes, brancos, casa grande, conservadores, Daniela Thomas, DiAngelo, elite, escravidão negra, escravocrata, escrevidão, estresse racial, filme, fragilidade branca, minorias, mulher, negros, povos escravizados, racismo, racismo reverso, Vazante, zona de conforto racial
O que a polêmica sobre o filme “Vazante” nos ensina sobre fragilidade branca
Ana Maria Gonçalves
PRIMEIRO TRABALHO SOLO de Daniela Thomas, “Vazante”, que entrou em cartaz há uma semana, no dia 9 de novembro, foi vendido pela imprensa como um retrato da escravidão no país — mas não é o que entrega. O filme tem o mérito de provocar a conversa sobre a representação histórica da escravidão e de povos escravizados no cinema, mas também é uma obra de brancos para brancos, que está longe de se inserir na cinematografia brasileira como algo que vá muito além disso ao tratar do assunto em questão.
Assisti a “Vazante” para participar do programa da TV Globo “Conversa com Pedro Bial” junto com a diretora do filme e o cineasta Joel Zito Araújo. Durante o programa, Daniela explica que o filme nasceu a partir de uma história que vem sendo contada há décadas em sua família: a de um parente de 50 anos que se casou com uma menina de doze. O episódio, bem retratado em “Vazante”, aconteceu no início do século XX, mas Daniela escolheu recuar 100 anos e contá-la como se tivesse se passado em 1821.