Tags
#Écoisadepreto, #ProcessaLudmilla, afastamento, apresentador, atravessado uma afrodescendente, Balanço Geral, Big Brother Brasil, cabelo black power, cantora Ludmilla, Cássio Lannes, Coisa de preto, COMBATE AO RACISMO, condenar, consciência negra, denúncia, desrespeito das minorias, discriminação, elite branca, escravidão, escravocratas, escravos, Gabriela Flor, Giovanni Harvey, Luiz Carlos Ribeiro, Maju, Marcos Paulo Ribeiro, Maria Júlia Coutinho, movimento negro, naturalizar, negro, ofensas racistas, padrão racial de branquitude, pobre macaca, postagens racistas, preconceito, preto, racismo, racismo velado, racista, rede globo, redes sociais, sociedade, sociedade brasileira, TV Record, William Waack
COMBATE AO RACISMO
Com caso William Waack, Brasil quer traçar linha vermelha contra o racismo
Queda da estrela do jornalismo impõe à TV Globo desafio de lidar com questão além da ficção
“Há 15 anos, esse episódio teria tido essa repercussão e essa resposta?”, diz ex-secretário
“É preto, né? Sabe o que é isso? Coisa de preto.” A troça racista proferida por William Waack, que veio à tona nesta quarta-feira com o vazamento de um vídeo de 2016 em que o apresentador do Jornal da Globo se preparava para entrar ao vivo, obrigou a TV Globo a lidar na realidade com o tema que resolveu abraçar em suas novelas e produções dramatúrgicas, ao lado da homofobia e da intolerância religiosa. A repercussão nas redes sociais, também em reflexo da mobilização crescente do movimento negro e o rechaço ao desrespeito das minorias, parece ter deixado à maior emissora do Brasil apenas a opção de adotar com personagens da vida real a mesma conduta pregada na ficção. A Globo divulgou um comunicado anunciando o afastamento do apresentador “até que a situação esteja esclarecida” e disse ser “visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações”.
“Os tempos estão mudando”, afirma Giovanni Harvey, ex-secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial nos governos petistas. “Embora no privado o brasileiro conviva com a discriminação passivamente, a sociedade, uma vez confrontada com uma prática discriminatória inquestionável, vai condenar. Não dá mais para impedir que o assunto seja abafado, sobretudo com o impacto das redes sociais. [As empresas] são obrigadas a dar um retorno que não dariam tempos atrás. Há 15 anos, esse episódio [do William Waack] teria tido essa repercussão e essa resposta?”
O racismo no Brasil se manifesta em forma de brincadeira, um jeito peculiar e natural de preconceito. Ao mesmo tempo em que esse caso [do William Waack] reforça a existência do racismo velado, também ajuda a desnudar o cinismo e a hipocrisia em torno da questão racial. Mas é preciso reconhecer que, nos últimos anos, a Globo desempenha um papel pedagógico importante ao abordar o racismo em sua grade de programação. A decisão da emissora, que não foi condescendente com o apresentador, aponta a direção que ela pretende continuar seguindo”, Luiz Carlos Ribeiro, da Universidade Federal do Paraná
Leia mais:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/09/politica/1510258952_314771.html