Tags
crianças, educação, educador, Ernesto Daranas, escola, exclusão, família, marginalizados, Numa Escola de Havana, violência
Quando o mundo desiste do “marginal”. Menos a professora
Relação de adultos e crianças no filme “Numa Escola de Havana” é a alegoria de uma fronteira indefinida entre a simples punição e os princípios que agonizam
O cenário é cortado por trilhos no filme “Numa Escola de Havana”, de Ernesto Daranas, que estreou por aqui na quinta-feira 3. Naquele cenário, transitar é assumir riscos, e eles se espalham entre prédios envelhecidos, ruas e calçadas diminutas, escadarias de madeira, pontes envelhecidas e casas pouco arejadas. Logo nas primeiras cenas, a alegoria parece gritar: nenhuma fronteira é bem delimitada quando todos os caminhos se espremem e se embrenham. A começar pela fronteira entre a infância, a adolescência, o mundo adulto e a velhice.
O protagonista, Chala, é um menino de 11 anos que assume a função de homem da casa ao percorrer o centro antigo da cidade em busca de dinheiro. A mãe, prostituta, é viciada em álcool e remédios. O pai é desconhecido, e o único adulto sóbrio que circula pela casa rejeita qualquer afeto pelo garoto. Pelo contrário, estabelece com ele uma relação comercial de gente grande. O garoto, que pode se seu filho, cuida dos cães e os ensina a brigar. O adulto faz as apostas nas rinhas ilegais de Havana.