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AS MÃOS DOS PRETOS

30 domingo jul 2017

Posted by auaguarani in Afrodescendentes e africanos no Brasil, Ambiente escolar, Bullying, Cultura, ECA, Educação, Educação Inclusiva, Educador, Formação, História, Mundo, Preconceito, Profissão, Religião, Saúde, Sociedade, Violência

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AS MÃOS DOS PRETOS

por Luís Bernardo Honwana

Uma história sobre a igualdade dos homens, para além das suas cores.

Já não sei a que propósito é que isto vinha, mas o senhor Professor disse um dia que as palmas das mãos dos pretos são mais claras do que o resto do corpo porque ainda há poucos séculos os avós deles andavam com elas apoiadas ao chão, como os bichos do mato, sem as exporem ao sol, que lhes ia escurecendo o resto do corpo. Lembrei-me disso quando o Senhor padre, depois de dizer na catequese que nós não prestávamos mesmo para nada e que até os pretos eram melhores que nós, voltou a falar nisso de as mãos serem mais claras, dizendo que isso era assim porque eles andavam com elas às escondidas, andavam sempre de mãos postas, a rezar.

Eu achei um piadão tal a essa coisa de as mãos dos pretos serem mais claras que agora é ver-me não largar seja quem for enquanto não me disser porque é que eles têm as mãos assim tão claras. A Dona Dores, por exemplo, disse-me que Deus fez-lhes as mãos assim mais claras para não sujarem a comida que fazem para os seus patrões ou qualquer outra coisa que lhes mandem fazer e que não deve ficar senão limpa.

O Antunes da Coca-Cola, que só aparece na vila de vez em quando, quando as Coca-Colas das cantinas já tenham sido vendidas, disse que o que me tinham contado era aldrabice. Claro que não sei se realmente era, mas ele garantiu-me que era. Depois de lhe dizer que sim, que era aldrabice, ele contou então o que sabia desta coisa das mãos dos pretos. Assim:

– Antigamente, há muitos anos, Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Virgem Maria, São Pedro, muitos outros santos, todos os anjos que nessa altura estavam no céu e algumas pessoas que tinham morrido e ido para o céu fizeram uma reunião e resolveram fazer pretos. Sabes como? Pegaram em barro, enfiaram em moldes usados de cozer o barro das criaturas, levaram-nas para os fornos celestes; como tinham pressa e não houvesse lugar nenhum ao pé do brasido, penduraram-nas nas chaminés. Fumo, fumo, fumo e aí os tens escurinhos como carvões. E tu agora queres saber porque é que as mãos deles ficaram brancas? Pois então se eles tiveram de se agarrar enquanto o barro deles cozia?!

Depois de contar isto o Senhor Antunes e os outros Senhores que estavam à minha volta desataram a rir, todos satisfeitos.

Nesse mesmo dia, o Senhor Frias chamou-me, depois de o Senhor Antunes se ter ido embora, e disse-me que tudo o que eu tinha estado para ali a ouvir de boca aberta era uma grandessíssima pêta. Coisa certa e certinha sobre isso das mãos dos pretos era o que ele sabia: que Deus acabava de fazer os homens e mandava-os tomar banhai num lago do céu. Depois do banho as pessoas estavam branquinhas. Os pretos, como foram feitos de madrugada e a essa hora a água do lago estivesse muito fria, só tinham molhado as palmas das mãos e dos pés, antes de se vestirem e virem para o mundo.

Mas eu li num livro que por acaso falava nisso, que os pretos têm as mãos assim mais claras por viverem encurvados, sempre a apanhar o algodão branco da Virgínia e de mais não sei onde. Já se vê que Dona Estefânia não concordou quando eu lhe disse isso. Para ela é só por as mãos deles desbotarem à força de tão lavadas.

Bem, eu não sei o que vá pensar disso tudo, mas a verdade é que, ainda que calosas e gretadas, as mãos dum preto são mais claras que todo o resto dele. Essa é que é essa!

A minha mãe é a única que deve ter razão sobre essa questão das mãos dos pretos serem mais claras do que o resto do corpo. No outro dia em que falámos nisso, eu e ela, estava-lhe eu ainda a contar o que já sabia dessa questão e ela já estava farta de rir. O que achei esquisito foi que ela não me dissesse logo o que pensava disso tudo, quando eu quis saber, e só tivesse respondido depois de se fartar de ver que eu não me cansava de insistir sobre a coisa, e esmo até chorar, agarrada à barriga como quem não pode mais de tanto rir. O que ela disse foi mais sou menos isto:

– Deus fez os pretos porque tinha de os haver. Tinha de os haver, meu filho, Ele pensou que realmente tinha de os haver…. Depois arrependeu-se de os ter feito porque os outros homens se riam deles e levavam-nos para casa deles para os pôr a servir de escravos ou pouco mais. Mas como Ele já não os pudesse fazer ficar todos brancos, porque os que já se tinham habituados a vê-los pretos reclamariam, fez com que as palmas das mãos deles ficassem exactamente como as palmas das mãos dos outros homens. E sabes porque é que foi? Claro que não sabes e não admira porque muitos e muitos não sabem. Pois olha: foi para mostrar que o que os homens fazem é apenas obra dos homens…Que o que os homens fazem é feito por mãos iguais, mãos de pessoas que se tivessem juízo sabem que antes de serem qualquer outra coisa são homens. Deve ter sido a pensar assim que Ele fez com que as mãos dos pretos fossem iguais às mãos dos homens que dão graças a Deus por não serem pretos.

Depois de dizer isso tudo, a minha mãe beijou-me as mãos.

Quando fui para o quintal, para jogar à bola, ia a pensar que nunca tinha visto uma pessoa a chorar tanto sem que ninguém lhe tivesse batido

Leia mais:
http://estrolabio.blogs.sapo.pt/1028732.html

Pesquisa revela que 40% dos sem-teto dos EUA são adolescentes homossexuais

15 quarta-feira jun 2016

Posted by auaguarani in Ambiente escolar, Bullying, Ciência, Cultura, ECA, Educação, Educação Inclusiva, Educador, Experiências, Formação, Gênero, História, Mundo, Preconceito, Profissão, Religião, Saúde, Sociedade, Violência

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abrigos públicos, adoção, adolescentes, Centro de Progresso Americano, direitos, direitos humanos, discriminação, diversidade, eua, família, homofobia, homossexualismo, identidade, jovens, LGBT, moradores de rua, opção sexual, orientação sexual, preconceito, rejeição, religião, religiosos, sem-teto

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Pesquisa revela que 40% dos sem-teto dos EUA são adolescentes homossexuais

Os números assombram. Segundo cálculo do Centro de Progresso Americano, mais de 300 mil jovens tiveram de recorrer a abrigos públicos após serem mandados embora de casa pelos próprios pais por sua orientação sexual – revelando assim um lado pouco debatido sobre a luta LGBT em todo mundo.

Sair do armário é gesto fundamental, tanto para o homossexual deixar de ter de esconder sua própria identidade, como enquanto gesto político, a fim de exibir a real proporção e afastar mitologias, generalizações e preconceitos sobre o tema. Ainda assim, as reações familiares muitas vezes são brutais e extremas.

Estudos feitos nos EUA indicam que a grande maioria desses jovens expulsos saem de casas conservadores e profundamente religiosas. Nesses contextos, compreender a homossexualidade como algo natural é intensamente mais difícil. Quase metade dos gays norte-americanos saem de casa pouco tempo depois de revelarem tal informação para a família – a maioria contra a própria vontade.

Leia mais:
http://www.hypeness.com.br/2016/06/pesquisa-revela-que-40-dos-sem-teto-dos-eua-sao-adolescentes-homossexuais/

Deputados de AL aprovam lei que pune professor que opinar em sala de aula

27 quarta-feira abr 2016

Posted by auaguarani in Ambiente escolar, Cultura, Educação, Educação Inclusiva, Educador, ENEM, Formação, História, Profissão, Sociedade

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Alagoas, assuntos políticos, Código de Ética, censura, constituição, demissão, deputados estaduais, ideológicos, mordaça de professor, opinar, opinião, professores, projeto Escola Livre, religiosos, Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Justiça de Alagoas

Deputados de AL aprovam lei que pune professor que opinar em sala de aula

Por 18 votos a oito, os deputados estaduais de Alagoas decidiram, em votação no fim da tarde desta terça-feira (26), derrubar o veto do governador Renan Filho (PMDB) ao projeto Escola Livre. Agora, os professores são obrigados a manter “neutralidade” em sala de aula e estão impedidos de “doutrinar” e “induzir” alunos em assuntos políticos, religiosos e ideológicos, sob pena até de demissão.

A votação foi marcada por confusão no lado de fora, onde manifestantes contrários e a favor do projeto assistiam à sessão. Logo no início da discussão, o telão que apresentava a votação teve problemas e foi desligado. Manifestantes tentaram invadir o plenário da Assembleia para assistir à votação, mas a galeria já estava lotada. A polícia precisou conter os manifestantes. O portão do legislativo foi destruído na confusão, mas não houve relato de feridos.

O projeto Escola Livre, de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB), foi aprovado em primeira e segunda votações, por unanimidade, no dia 17 de novembro. Dois meses depois, em janeiro, o governador vetou integralmente a lei, alegando inconstitucionalidade.

Leia mais:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/04/26/deputados-de-al-aprovam-lei-que-pune-professor-que-opinar-em-sala-de-aula.htm

O bom samaritano é ateu

08 domingo nov 2015

Posted by auaguarani in Bolsa Família, Ciência, Cultura, Educação, Educador, História, Mundo, Religião, Sociedade

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ajuda humanitária, ateu, Bíblia, caridade, cristo, Deus, pobreza, religião, religiosos, seres humanos, valores

O bom samaritano é ateu

Pessoas religiosas se mostram menos altruístas com desconhecidos, segundo estudos
“Lamento informá-lo que não acredito na Bíblia nem em Cristo”

Se alguma vez – Deus queira que não – apanhar de assaltantes enquanto vai de Jerusalém a Jericó, é melhor que depois passe por ali um samaritano pouco religioso. Porque ser religioso ou ateu não deixa as pessoas melhores, mas parece condicionar a forma de entender a generosidade e o altruísmo com desconhecidos. E as pessoas menos religiosas têm uma tendência mais espontânea a ajudar o próximo, segundo os últimos estudos.

O último trabalho surpreendeu ao mostrar que as crianças criadas em ambientes religiosos são menos propensas a ser generosas, que existe uma correlação inversa entre o altruísmo e a educação em valores identificados com a fé. Por meio de um experimento realizado com menores de 5 a 12 anos em seis países culturalmente muito diferentes (Canadá, EUA, Jordânia, Turquia, África do Sul e China), os pesquisadores descobriram que os estudantes que não recebem valores religiosos em suas famílias são notavelmente mais generosos quando se trata de compartilhar seus tesouros com outras crianças anônimas.

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/05/ciencia/1446717405_450204.html

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