Maior parte das faixas da Radial Leste foi fechada na manhã de 28 de Março (Foto: Alma Preta)
Movimento negro fecha Radial Leste (SP) por Marielle Franco
Manifestantes acusam Estado brasileiro de assassino e reiteram que “vidas negras importam”. Radial Leste é a principal via de conexão entre a zona leste e o centro de São Paulo
Ativistas fecharam a Avenida Radial Leste (SP) na manhã do dia 28 de Março, quarta-feira, em forma de protesto ao assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 14 de Março, no Rio de Janeiro.
Os manifestaram colocaram fogo em pneus bloqueando a passagem dos carros e esticaram uma faixa com mensagens de denúncia à violência do Estado contra a população negra. Um dos escritos diz “Estado Assassino”, e outro anuncia que “Perdemos muito, inclusive o Medo”.
Tensão na Câmara dos Vereadores de São Paulo, PM trucida professores
Jornal GGN – Com a votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Vereadores de São Paulo, do Projeto de Lei (PL) 621, que dificulta o acesso de servidores municipais à aposentadoria e aumenta a contribuição previdenciária, funcionários públicos ocupam o espaço em protesto.
A situação está tensa, com a Polícia Militar reprimindo o protesto com gás de pimenta e muita truculência. A Polícia Militar de São Paulo só atua por ordem expressa do Presidente da Casa. Centenas de bombas foram jogadas em cima de professores fazendo manifestação pacífica.
Uma fonte, no oitavo andar do Palácio Anchieta, relata que o cheiro de gás pimenta já é insuportável.
Desde 2013, já houveram dezenas de manifestações na porta da Câmara Municipal de São Paulo. Nenhuma foi tão bestamente e desproporcionalmente reprimida como esta.
O projeto é do prefeito João Doria que, sem colocar a questão em discussão com os afetados diretamente, ou mais de 200 mil servidores do município, apresentou a proposta na véspera do Natal e está pressionando para que seja aprovado em abril.
Cem artistas francesas contra o “puritanismo” sexual em Hollywood
Manifesto assinado por atrizes como Catherine Deneuve defende que série de denúncias de assédio vai na contramão da liberação sexual
Em Hollywood, o movimento Time’s Up, apoiado por mais de 300 atrizes, conseguiu tingir de preto a cerimônia do Globo de Ouro, em protesto contra as agressões sexuais. Na França, um grupo formado por uma centena de artistas e intelectuais tomou nesta terça-feira a direção contrária ao assinar um manifesto criticando o clima de “puritanismo” sexual que o caso Harvey Weinstein teria desencadeado. O texto, publicado no jornal Le Monde, é assinado por conhecidas personalidades da cultura francesa, como a atriz Catherine Deneuve, a escritora Catherine Millet, a cantora Ingrid Caven, a editora Joëlle Losfeld, a cineasta Brigitte Sy, a artista Gloria Friedmann e a ilustradora Stéphanie Blake.
“O estupro é um crime. Mas a sedução insistente ou desajeitada não é um crime nem o galanteio uma agressão machista”, afirmam as autoras deste manifesto. “Desde o caso Weinstein houve uma tomada de consciência sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, especialmente no âmbito profissional, onde certos homens abusam de seu poder. Isso foi necessário. Mas esta liberação da palavra se transforma no contrário: nos intima a falar como se deve e nos calar no que incomode, e os que se recusam a cumprir tais ordens são vistos como traidores e cúmplices”, argumentam as signatárias, que lamentam que as mulheres tenham sido convertidas em “pobres indefesas sob o controle de demônios falocratas”.
…“O filósofo Ruwen Ogien defendeu a liberdade de ofender como algo indispensável para a criação artística. Da mesma maneira, nós defendemos uma liberdade de importunar, indispensável para a liberdade sexual”, subscrevem as cem signatárias do manifesto. “Como mulheres, não nos reconhecemos nesse feminismo que, para além da denúncia dos abusos de poder, assume o rosto do ódio aos homens e à sexualidade”, concluem. O texto provocou nesta terça-feira mal-estar entre as associações feministas na França, que o atacaram nas redes sociais. “Ultrajante. Na contracorrente da tomada de consciência atual, algumas mulheres defendem a impunidade dos agressores e atacam as feministas”, declarou a associação Osez le féminisme (Ouse o feminismo).
Intolerância, racismo às claras e fuzis à mostra: o que vi (e senti) no maior protesto movido pelo ódio em décadas nos EUA
Quando propus minha ida neste fim de semana a Charlottesville, uma cidade universitária de 50 mil habitantes ao sul de Washington, nos Estados Unidos, minha ideia era conhecer os diferentes matizes da nova direita americana após a eleição de Donald Trump.
O protesto “Unite the Right”, ou “Unir a Direita”, até então não tinha muito espaço na imprensa. Alguns blogs chamavam atenção para o ato, alguns com elogios à celebração do orgulho e nacionalismo americano, outros com críticas à ideia de segregação que estes valores podem carregar.
Meu vagão no trem era heterogêneo. Famílias voltavam para a cidade com bebês para o almoço de domingo com os avós, estudantes vinham reencontrar pais e namorados, um ou outro jornalista fingia que estava ali por coincidência e achava que estava sendo discreto mexendo freneticamente em seu computador, tablet e celular (eu era um deles).
Quatro homens chamavam atenção na fileira ao lado. Carecas, fortes, cheios de tatuagens, vestindo calça bege e camisa branca, eles conversavam sobre algo sério – e me olhavam muito feio quando eu tentava ler seus lábios, que sussurravam e me deixavam pescar apenas palavras soltas. Uma delas foi “hate” – ou ódio.
Governo fecha entrada e corta energia e água do Núcleo de Educação
Medida foi adotada 24 horas após a ocupação do prédio por estudantes que protestam contra medidas encaminhadas ao Congresso pela gestão Michel Temer
A energia e a água do prédio que abriga o Núcleo Regional de Educação (NRE), no bairro São Francisco, foram cortadas nesta terça-feira (1º). O local está ocupado por estudantes desde a última segunda-feira (31). A Polícia Militar foi acionada. Colocadas ao redor do prédio, as equipes impedem a entrada de comida e de novos estudantes. Servidores, aposentados e pensionistas estão tendo acesso ao prédio, mediante liberação da polícia.
(correção: O título da reportagem foi atualizado às 13h desta quarta-feira retirando a expressão “sem mandado”, pois a execução de ação de corte de água e energia do prédio não exigia a expedição de uma ordem judicial. Naquele momento, o governo do estado ainda buscava uma decisão judicial para desocupar o edifício)
A informação do corte de energia e água partiu de um integrante da Procuradoria- Geral do Estado e foi confirmada por policiais que acompanham a ocupação no prédio administrativo da Secretaria Estadual da Educação.
A mobilização Nem uma menos pela quarta-feira negra na Argentina EFE
Violência contra as mulheres
Histórias trágicas por trás do protesto de milhares de mulheres na Argentina
Familiares de vítimas relatam as histórias por trás do protesto contra assassinatos de mulheres
Milhares de mulheres vestidas de preto interromperam o trabalho na Argentina por uma hora para protestar contra uma praga que não tem fim: mais de 200 delas são mortos a cada ano, vítimas de violência doméstica. Horas depois, dezenas de milhares de pessoas marcharam na chuva com guarda-chuvas e casacos em sua maioria negros em várias partes do país para fechar um dia de luta que mobiliza a Argentina há mais de um ano, mas até agora sem nenhum resultado concreto. O assassinato particularmente cruel e o estupro de Lucia Perez, de 16 anos, agitou novamente uma sociedade que não consegue acabar com a violência. A luta foi seguida em várias partes do mundo.
“Cada menina que matam é um novo chute no peito”, diz Mónica Cid, mãe de Micaela Ortega, uma menina de 12 anos assassinada em abril passado por um homem que a ludibriou pelo Facebook fazendo-se passar por uma pessoa da sua idade. O suposto agressor, Jonathan Luna, aproveitou uma saída temporária da prisão para fugir e estava havia um ano e meio sem paradeiro conhecido quando cometeu o crime contra Micaela. Agora, ele está sob prisão preventiva aguardando o julgamento. Cid pedia a toda a sociedade argentina que saísse às ruas nesta quarta-feira negra para dizer um “basta” e evitar que novos feminicídios sejam cometidos. Mas ela reivindica também uma profunda mudança educacional e o cumprimento das leis já existentes para coibir esses crimes, que só no ano passado custaram a vida de 235 mulheres, segundo o Registro Nacional de Feminicídios.
Em celebração ao Dia do Rock, uma lista com trilhas cheias de conteúdo que abordam temas como racismo, repressão policial, entre outros
Dia 13 de julho é conhecido no Brasil como Dia Mundial do Rock. A data celebra anualmente o estilo musical e foi escolhida em homenagem ao Live Aid, megaevento que aconteceu nessa data em 1985.
O rock surgiu como forma de expressão e reivindicação de muitas pessoas que se sentiam excluídas da sociedade. Com canções carregadas de críticas e contestações, é muito comum retratarem eventos históricos e movimentos sociais.
Em comemoração ao Dia Mundial do Rock, o Stoodi, plataforma de estudos online, montou uma lista com músicas que podem ajudar o estudante a conhecer alguns temas importantes.
Sunday Bloody Sunday – U2
O “domingo sangrento”, cantado pelo grupo U2 (vídeo), foi uma manifestação civil em Derry, na Irlanda do Norte, contra a polícia britânica. Ela aconteceu em 30 de janeiro de 1972. As pessoas que faziam parte da passeata estavam protestando porque acreditavam que as autoridades estavam prendendo sem provas e julgamentos, apenas alegando que as pessoas faziam parte do grupo terrorista IRA – que queria a independência da Irlanda. O resultado não foi bom. Os manifestantes foram fortemente reprimidos, somando 13 mortes e 26 feridos. Vale ressaltar também que o cenário religioso passava por instabilidade.
Hallowed be Thy Name – Iron Maiden
Aprender conteúdos de História pode ser mais fácil com o Iron Maiden. O grupo de rock aborda em suas músicas os temas mais diferentes possíveis: desde a pré-história, passando por biografias, até chegar nas mais diversas batalhas e conflitos armados. A música “Hallowed be Thy Name” descreve, em primeira pessoa, momentos antes de um herege ser condenado à execução pela Inquisição. Vale lembrar que os hereges eram pessoas acusadas pela Igreja Católica de crimes contra a fé.
No Rio Grande do Sul, mobilização estudantil contra “Escola sem Partido”
Movimento teve vitória parcial e paralisou projetos, entre eles o que propõe privatizar escolas
Depois de São Paulo, Goiás e Ceará, a vez do Rio Grande do Sul. Estudantes gaúchos ocuparam cerca de 150 instituições do Estado por mais de um mês em reação contra uma guinada conservadora no sistema de ensino público, ameaça que consideram iminente por causa de dois projetos de lei em pauta na Assembleia. Um deles propõe privatizar as escolas e outro que lima do currículo temas considerados políticos. Apenas nesta quinta-feira (23) as últimas escolas ainda ocupadas começaram a se esvaziar, resultado de um acordo de conciliação firmado com o Governo estadual dois dias antes.
O PL 44, de 2015, tramitava em caráter de urgência e pretendia repassar a administração das escolas para a iniciativa privada, por meio de “organizações sociais”. As chamadas “OS” são bastante comuns na saúde, mas, na educação, inéditas. Já o PL 190, de 2016, queria implementar uma espécie de “escola sem partido”, cortando assuntos supostamente políticos do currículo. “Esse projeto é a cara da ditadura militar. Imagine ter aulas de história sem estudar política. Não faz o menor sentido”, afirma Isabela Luzardo Monteiro, da vice-diretoria Sul da Ubes.
Derrubar esses dois projetos era o objetivo principal do movimento, segundo Monteiro, mas não foi possível vencer completamente essa queda de braço com o governo. No último dia 14, a Secretaria de Educação recebeu um grupo de estudantes, representados por grandes entidades, como a Ubes, para negociar um fim para as ocupações. Na mesa, foi acordado que as escolas seriam desocupadas até o dia 20, com a condição de que os projetos de lei fossem pelo menos adiados para 2017. “Consideramos a negociação uma vitória, apesar de tudo”, diz Isabela. Entre as conquistas, os estudantes conseguiram também um repasse de verbas para infraestrutura e merenda.
Assembleia Legislativa de SP aprova Plano Estadual de Educação
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta terça-feira (14) o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB), na forma de emenda aglutinativa substitutiva, do Plano Estadual de Educação.
Ao todo são nove diretrizes e 23 metas a serem implementadas na próxima década. Entre as diretrizes estão a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar, o combate a todas as formas de discriminação, a gestão democrática da educação pública e a valorização dos profissionais da educação.
O plano, elaborado com base no Pano Nacional de Educação, é válido por dez anos —a partir da publicação da lei—, podendo ser acrescido de um ano. O texto deve ser sancionado pelo governador, já que proposto pelo Executivo.
O que já se sabe sobre o estupro coletivo no Rio de Janeiro
A polícia levantou sete suspeitos e dois deles estão detidos. A vítima deixou o Rio
O estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro provocou comoção no país. Nesta terça-feira tanto o Executivo quanto o Legislativo esboçaram reações. A Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma comissão externa de parlamentares para acompanhar e fiscalizar a apuração do estupro coletivo ocorrido no Rio. “A Casa tem de estar junto, acompanhando cada passo das investigações para tomar providências sobre esse crime que chocou o País”, afirmou Soraya Santos (PMDB-RJ), autora do requerimento. No Senado foi aprovado um projeto de lei que amplia em até dois terços a pena para o crime de estupro coletivo, e criminaliza a publicação ou divulgação de imagens e vídeos de estupro. O texto agora segue para aprovação na Câmara. Veja aquilo que já se sabe sobre o caso.
A adolescente foi estuprada
Essa foi a primeira informação que a delegada Cristiana Bento disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira. A polícia fez uma perícia de um vídeo e fotos divulgadas nas redes sociais em que a garota aparece desacordada, nua, sendo tocada e com sangue na pelve. Segundo Bento, isso por si só, já caracteriza estupro. Além do vídeo, a polícia se baseou nos depoimentos da vítima para chegar a essa conclusão. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 213, escreve que é estupro “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. O artigo 215 o complementa: “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima” é “violação sexual mediante fraude”.
Foi um estupro coletivo
Segundo o chefe da Polícia Civil Fernando Veloso, no vídeo, é possível ouvir mais de uma voz ao fundo, o que aponta para mais de uma pessoa envolvida no crime. Na entrevista, Cristiana Bento foi taxativa: “Houve um estupro coletivo”, disse.
As vozes da multidão que grita contra a cultura do estupro em São Paulo
Milhares de mulheres e homens foram à Paulista em protesto contra o estupro coletivo no Rio
O EL PAÍS colheu depoimentos dos que marcharam contra a “ditadura do medo do machismo”
“Nós, da primavera feminista, viemos dar um recado: a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a culpa nunca é da vítima”, gritaram elas, em jogral, diante do Masp na av. Paulista em São Paulo. Foram as vozes multiplicadas que deram o início à marcha de uma multidão de mulheres e homens nesta quarta-feira para protestar contra o machismo e lembrar do estupro coletivo sofrido por uma adolescente no Rio de Janeiro da semana passada.
Muitas mulheres se emocionaram e choraram, numa mistura de raiva e comoção pela grandiosidade do ato – a Polícia Militar não divulgou estimativa, mas o grupo cortou a avenida e terminou lotando a Praça Roosevelt, no centro, já sob chuva. Assim como no ano passado, no despontar do que ficou conhecido como a “primavera feminista”, o grito era feroz, de quem há muito tempo engole cantadas nas ruas, machismo em casa e no trabalho e quer ver seus direitos respeitados. Como no ano passado, Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, e coautor de um projeto de lei que dificulta o atendimento às vítimas de estupro, foi lembrado pelas manifestantes, que pediram sua saída. A advogada Ana Lúcia Ramos, 45 anos, levou a filha Carla Vitória, 9 anos para “aprender. Veja o depoimento.
“Nem recatada, nem do lar, a mulherada está na rua pra lutar”, era um dos gritos entoados, lembrando de um perfil da revista Veja que rotulou a primeira-dama interina, Marcela Temer, de “bela, recatada e do lar”. Muitos dos manifestantes entoaram “Fora Temer” e criticaram o Governo interino. Carol, de 21 anos e estudante de uma universidade federal, afirmou que, independentemente da conjuntura política, é importante a mobilização das mulheres.
Reações ao estupro coletivo da jovem carioca mostram um país indignado
Fortes movimentos nas redes sociais e reações oficiais vêm à tona enquanto o crime é investigado
O estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, mãe de um menino de três, gerou uma enxurrada de reações nas redes sociais e em organizações sociais desde que veio à tona, em 25 de maio. Em breve, é esperado que ela tome as ruas, com uma série de protestos que começam a ser convocados em diferentes cidades brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro, onde a barbárie aconteceu. O crime – que, segundo o depoimento da jovem e o de sua mãe, foi premeditado pelos 33 homens envolvidos, provavelmente incluindo o namorado da vítima – caiu na Internet por obra dos próprios agressores, orgulhosos do que haviam feito, e só então chegou às autoridades. Depois, apareceu na imprensa nacional e inclusive na internacional.
As mensagens que circulam são de repúdio à selvageria que chocou o Brasil e o resto do mundo – apesar de muitos terem compartilhado criminosamente as imagens da violência sofrida pela menina em seus perfis pessoais antes do caso explodir. Poucas horas depois que isso aconteceu, na quinta, a hashtag #EstuproNuncaMais começou a escalar o ranking de tendências do dia no Twitter, onde tudo começou. Nesta sexta, foi a vez da campanha #EstuproNãoÉCulpaDaVítima, que reage aos fartos comentários machistas que atribuem à vítima a culpa pelo que ocorreu, encabeçar os trending topics.
Na sequência dos protestos de 1989, foram presas cerca de 1600 pessoas. Miao Deshun era o último de quem se sabia alguma coisa e vai sair da prisão em Outubro, diz uma organização de defesa dos direitos humanos.
A China deve libertar este ano o último dos presos conhecidos que participaram nos protestos na Praça Tiananmen em 1989, revelou esta segunda-feira a organização de defesa dos direitos humanos Dui Hua.
Miao Deshun, hoje com 51 anos, será libertado em Outubro, depois de a sua pena inicial – prisão perpétua – ter sido objeto de várias reduções. Não se sabe ao certo quantas pessoas foram presas depois da forte repressão feita pelas autoridades chinesas, na sequência dos protestos estudantis em Pequim, em Junho de 1989.
Depois de sete semanas de manifestações na principal praça da capital chinesa – símbolo do poder comunista, onde está localizado o Palácio do Povo e o Mausoléu do líder histórico e fundador da República Popular da China, Mao Zedong –, tanques blindados abriram fogo sobre os manifestantes durante a noite de 3 para 4 de Junho.
Em causa estavam as exigências por vários movimentos estudantis de reformas políticas que permitissem mais liberdades e direitos democráticos.
As imagens do massacre, transmitidas por jornais e televisões de todo o mundo presentes em Pequim por ocasião de uma visita de Estado do líder soviético Mikhail Gorbachov, chocaram o mundo e puseram em causa o processo de normalização diplomática entre a China e os Estados Unidos.
Servidores estaduais e profissionais de educação fazem protesto no Rio
Dornelles teria dito a professores que, no lugar deles, faria a ‘mesma coisa’.
Grupo saiu do Largo do Machado rumo ao Palácio Guanabara, fechando vias.
Em protesto contra a administração estadual, servidores públicos saíram em passeata por ruas da Zona Sul, na tarde desta quarta-feira (6), e interditaram completamente a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, por aproximadamente duas horas. Os cerca de 2 mil funcionários públicos se reuniram no Largo do Machado e, depois, por volta das 15h50, partiram em direção ao Palácio Guanabara.
Enquanto os manifestantes seguiam para o palácio, representantes do Movimento Unificado de Servidores Estaduais (Muspe) e Sindicato de Profissionais da Educação (Sepe) já estavam reunidos com o governador em exercício, Francisco Dornelles, e o secretário de Governo, Affonso Monnerat.
Durante a reunião, de acordo com a coordenadora do Sepe Marta Moraes, o governador disse aos representantes dos servidores que se “estivesse no lugar” deles, “estaria fazendo a mesma coisa”, ou seja, protestando. O G1 não conseguiu confirmar a fala de Dornelles com o governo.
Em carta a Alckmin, reitora da PUC reclama da ação da PM contra alunos
Polícia acabou com protesto jogando bombas de gás e balas de borracha.
‘Somos contra qualquer ato de violência’, escreveu a reitora Anna Cintra.
A reitora da Pontífícia Universidade Católica (PUC-SP), Anna Maria Marques Cintra, enviou nesta terça-feira (22) um ofício ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, repudiando a ação da Polícia Militar para acabar com protesto de alunos na noite de segunda-feira, na frente da universidade em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo.
Um grupo de alunos iniciou o protesto contra o governo federal e logo foram rebatidos por grupo a favor do governo. A PM usou spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar os estudantes que eram contrários ao governo.
“Vimos manifestar o nosso descontentamento com as ações da Polícia Militar frente às manifestações no último dia 21 de março em nossa universidade em que alunos foram vítimas de bombas, tiros de borracha e gás lacrimogêneo. Nesse sentido, a Reitora da PUC-SP lamenta o ocorrido, além de ser contra qualquer ato de violência”, escreveu a reitora.
“Fla-Flu político” provoca demissão de professora, e alunos protestam no PR
Na semana passada, uma professora de um colégio de Curitiba criticou em suas redes sociais uma manifestação pró-impeachment feita por alguns estudantes em sua escola. Na sequência, foi hostilizada por pais de alunos nas redes sociais, que a chamaram de comunista para baixo e pediram sua demissão. A escola, por sua vez, se recusou a demitir a profissional, mas tal foi a pressão que a própria professora resolveu demitir-se. Daí, foi a vez dos próprios alunos protestarem, com cartazes contendo frases como “Opinar não é doutrinar”. Quer dizer, uma parte dos alunos protestou em favor da professora. Outra parte fez protestos contra a professora, contra a presidente Dilma Rousseff, contra o PT e contra o ex-presidente Lula. A escola, então, temendo o pior, resolveu, nesta terça-feira, acabar com a polêmica: baixou uma nova norma proibindo todo e qualquer novo protesto contra ou a favor da professora demissionária e tudo isso que está aí.
É este o resumo de um dos mais marcantes episódios recentes relacionados à polarização que vive o país, polarização esta que há meses transbordou dos ambientes políticos para as ruas, para os condomínios e para as escolas.
Estudantes fecham o cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima em SP
Estudantes secundaristas fecharam, por volta das 8h40 desta terça-feira (22), o cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima, na zona oeste de São Paulo. Eles protestavam contra a máfia da merenda e o fechamento de salas da rede estadual de São Paulo.
Às 9h, o trânsito foi interrompido nos dois sentidos da avenida Rebouças. Na Faria Lima, o bloqueio era no sentido Itaim Bibi. Cerca de 20 minutos depois, as vias foram liberadas.
Estudante de 16 anos mostra marcas nas costas (Foto: Arquivo Pessoal)
Alunos dizem ter sido agredidos por PMs após protesto em escola de SP
Estudantes protestavam por melhorias na E.E. Marilena P. Chaparro, em SP.
Diretora foi afastada; Corporação diz que ‘vai analisar as imagens’.
Alunos da Escola Estadual Marilena P. Chaparro, na Zona Oeste de São Paulo, dizem que foram agredidos por policiais militares após uma manifestação em frente a sala da diretora. O caso ocorreu na sexta-feira (11) e foi registrado por alunos. A Polícia Militar informou que “vai analisar as imagens e se constatada irregularidade na conduta policial, tomará as medidas cabíveis”. A diretora da escola foi afastada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Os estudantes dizem que aproveitaram o horário do recreio para protestar por mais ventilação nas salas de aula, acesso à biblioteca e à informática. Após o intervalo, eles decidiram permanecer no pátio protestando em vez de voltar para as salas. A diretora da escola chamou a Polícia Militar, que entrou na escola.
Um vídeo mostra um estudante de moletom azul sendo arrastado por um policial. “Eles entraram achando que estavam entrando na Febem”, disse o aluno de 16 anos que aparece no vídeo, referindo-se à Fundação Casa. “Fui falar com eles que somos alunos. Ele deu uma cacetada no meu rosto e me arrastou.”
A volta ao mundo dos abusos policiais contra as manifestações
Em meio a discussão sobre violência da PM, entenda como outros países enfrentam o mesmo problema
O Movimento Passe Livre (MPL) convocou um novo ato em São Paulo nesta quinta-feira, para às 17h, para protestar contra o aumento da tarifa do transporte público da cidade de 3,50 reais para 3,80. O clima é tenso antes mesmo da manifestação começar. Na última terça, a marcha nem chegou a sair quando a polícia iniciou o arremesso de bombas de gás lacrimogêneo na avenida Paulista em direção aos manifestantes. O argumento para a repressão policial foi o de que MPL não havia informado previamente o itinerário a seguir, algo que o grupo fez esta tarde — a polícia diz não ter recebido oficialmente.
Os abusos de poder policial existem seja no Brasil, no resto da América Latina ou na desenvolvida Europa. Como se pode ver abaixo e nesta reportagem sobre os casos do Chile e da Argentina, nem sempre as autoridades seguem manuais de conduta que recomendam o uso mínimo da força, como este das Nações Unidas.
Brasil, uma polícia herdada da ditadura
A reação dos agentes da Polícia Militar, as regras estabelecidas e as estratégias adotadas dependem, no Brasil, dos objetivos políticos dos Governos dos Estados. “A PM leva a culpa pela truculência, mas existe uma cadeia de comando. E o governador é o comandante-chefe”, diz Martim Sampaio, coordenador de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Assim, há dois tipos de reações da PM, corpo militarizado já criticado por ter herdado práticas consideradas abusivas da ditadura, nos últimos tempos. Em atos dos garis no Rio de Janeiro, de cidadãos pró ou anti-impeachment em São Paulo, ou até de pequenos grupos que pedem a volta da ditadura militar, a PM foi flexível em suas exigências e apenas acompanhou os protestos, cercou as ruas para diminuir os transtornos no trânsito e garantiu a liberdade de manifestação. Já outros atos, como o dos professores no Paraná, dos estudantes secundarista em São Paulo ou contra o aumento do preço das passagens de ônibus (nenhuma delas avisadas previamente às autoridades), se chocaram diretamente contra interesses políticos. Nessas ocasiões, a resposta da PM veio através de uma chuva de bombas de gás e balas de borracha, agressões com cassetetes e uma série de detenções.
Manifestação repete roteiro e batalha da tarifa segue em São Paulo
Protesto convocado pelo Movimento Passe Livre tem repressão da PM e quebra-quebra de ‘black blocs’. Ativistas estudam intensificar bloqueios de vias. Próximo ato será na terça
O roteiro foi seguido à risca. O Governo Estadual e a Prefeitura anunciam reajuste na tarifa do transporte público de São Paulo. O Movimento Passe Livre convoca uma manifestação contra o aumento. O centro da cidade é o local da concentração. O ato começa sem sobressaltos e os manifestantes tentam bloquear uma via. Há participação de black blocs – ativistas que usam violência e a depredação como tática política – e a marcha termina com forte repressão policial. Detidos, feridos de ambos os lados, e o centro da cidade tomado por sacos lixo em chamas e uma nuvem de fumaça de gás pairando. Fim.
A continuação da história, se o MPL vai conseguir a revogação do ajuste da tarifa como ocorreu em 2013, ou não, como aconteceu no ano passado, vai depender da capacidade de mobilização do movimento nas próximas semanas. O que há, por ora, é uma manifestação marcada para a próxima terça-feira, às 17h, ainda sem local divulgado.
O ato desta sexta-feira teve concentração no Teatro Municipal. Grupos políticos e a juventude de partidos como o PCdoB, PSTU e PSOL, além de grupos de estudantes secundaristas que participaram das ocupações nas escolas no ano passado estavam presentes. O protagonismo do ato, porém, foi do MPL.
Tarifa de transporte em São Paulo vai a 3,80 reais e MPL marca protesto para o dia 8
Novo valor para trens, ônibus e metrô, anunciado por Haddad e Alckmin, valerá a partir de 9 de janeiro
A dois dias para o ano acabar, a Prefeitura de São Paulo, juntamente com o Governo do Estado, anunciaram um reajuste nas tarifas do metrô, trens e ônibus da cidade. Há exatamente um ano, o valor subiu de 3 reais para 3,50. Com o novo reajuste, o preço dos bilhetes passará para 3,80 reais a partir do dia 9 de janeiro do ano que vem. O principal movimento pelo fim das tarifas de transporte, o Movimento Passe Livre (MPL), promete reagir e anuncia um protesto para o dia 8. Os ativistas confiam na articulação recente de estudantes secundaristas em São Paulo para mobilizar mais usuários contra a alta do que em 2015, quando as marchas se dispersaram após pouco mais de um mês.
“Um aumento é só mais um obstáculo para chegar à tarifa zero”, diz Luíze Tavares, do Movimento Passe Livre (MPL). “Vamos ver as justificativas do Governo para esse aumento, mas já sabemos que as decisões são sempre políticas”, diz.
Por anos se repetiu que o tucano Geraldo Alckmin é feito de teflon: em anos à frente do Estado de São Paulo, nenhuma crise, nem mesmo a falta de água, havia sido capaz de avariar seriamente sua imagem. A máxima foi abalada nesta sexta-feira. Alckmin despertou com a notícia da queda recorde de sua popularidade medida pelo Datafolha. Um dos detonadores do revés, segundo a pesquisa, estava na televisão naquele momento: por mais de uma hora, e ao vivo, estudantes, contrários a seu plano de reorganização escolar e fechamento de colégios, eram alvejados mais uma vez por bombas de gás lacrimogêneo por policiais militares. O tucano acusou o golpe. No final da manhã, veio a público num discurso relâmpago para anunciar o adiamento da reorganização escolar, que já seria implementada no ano que vem.
“Recebi e respeito a mensagem dos estudantes e seus familiares com as suas dúvidas e preocupações em relação a reorganização das escolas aqui no nosso Estado de São Paulo. Por isso, a nossa decisão de adiar a reorganização e rediscuti-la, escola por escola, com a comunidade, com os estudantes, em especial com os pais dos alunos”, afirmou o governador.
Festival em escolas ocupadas é mantido com adesão de Céu e Chico César
Mesmo com a suspensão da reorganização da rede pública de ensino, anunciada nesta sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a ONG Minha Sampa decidiu manter o festival de música marcado para o próximo domingo, 6, em escolas ocupadas por estudantes contrários à medida, que previa o fechamento de 93 unidades em São Paulo. O objetivo do evento, segundo a entidade, “é demonstrar o apoio da sociedade e dos artistas ao movimento dos secundaristas”.
Chamado de “Virada Ocupação”, o festival teve adesão de mais artistas nos últimos dias, entre os quais Clarice Falcão, Céu, Karina Buhr e Chico César. Antes, Paulo Miklos, do Titãs, Edgar Scandurra, do Ira!, Criolo e Maria Gadú já haviam confirmado a participação no evento. Segundo a ONG, o local dos shows só será divulgado uma hora antes do início, por celular, para quem se inscreveu no site do evento. A entidade teme que possa haver alguma ação da Polícia Militar ou da Secretaria Estadual da Educação para retirar os alunos das escolas que podem receber os shows.
Alunos protestam em São Paulo. Siga os acontecimentos!
Os bikerrepórteres Renata Falzoni e Felipe Meireles acompanham os protestos de alunos da rede estadual de São Paulo.
Na manhã desta quinta-feira (03), diversos grupos de jovens espalhados pela capital paulista se manifestam contra a chamada reorganização do sistema de ensino proposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), que deve fechar mais de 90 escolas em todo Estado.
A reportagem acompanha desde cedo o grupo que se concentra na avenida Faria Lima, na zona sul. Pouco após as 10h da manhã, os estudantes chegaram a fechar a via nos dois sentidos, na altura do cruzamento com a Cidade Jardim.
‘Como pai, me solidarizo com as famílias paulistas preocupadas em preservar o direito de seus filhos à uma educação de qualidade’, afirma Paulo Miklos, do Titãs Foto: Marcos de Paula/Estadão
Virada Cultural em escolas ocupadas terá Paulo Miklos e Criolo
Festival foi organizado para mostrar o apoio da sociedade ao movimento dos estudantes, que já ocupou 194 colégios
Em apoio aos estudantes das 194 escolas ocupadas contra a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB), artistas e voluntários farão uma Virada Cultural nas unidades tomadas neste domingo, 7. Paulo Miklos, do Titãs, Edgar Scandurra, do Ira!, Criolo e Maria Gadú confirmaram a participação em shows, que devem acontecer em duas escolas.
Miklos disse, em entrevista ao Estado, que os alunos o inspiraram e que o governo não soube “reagir democraticamente à demandas legítimas dos jovens” e que mantém as decisões “de cima para baixo”. Para ele, o governo age com “apatia” diante do movimento dos alunos.
“Prova dessa apatia é que o governo publicou hoje (terça-feira, 1º), no meio desse turbilhão, o decreto que oficializa o fechamento das escolas, ignorando as demandas dos estudantes, dando pouquíssimas informações transparentes sobre o futuro das escolas. Esse tipo de decisão autoritária não será mais aceito”, disse. Veja a entrevista completa abaixo.
O festival foi organizado pela organização não governamental (ONG) Minha Sampa, que viu na ação uma forma de mostrar o apoio da sociedade ao movimento dos estudantes.
SP: “Eles estão certos”, diz motorista que ficou 3h parado por protesto
O motorista Zildo Álvares de Alcântara, 45, assistiu de camarote boa parte do protesto dos estudantes em São Paulo na manhã desta segunda (30).
Os manifestantes fecham o cruzamento de duas importantes avenidas na zona oeste da capital paulista, a Rebouças com a Faria Lima desde 7h da manhã. Em assembleia decidiram desbloquear o tráfego ao meio dia.
Alcântara, que tem três filhos na escola pública, ficou parado “desde 7h22” bem perto da faixa de pedestre da Faria Lima sentido Itaim. Estava em sua última corrida, que deveria terminar 9h30 no Terminal Bandeira.
Por volta das 10h30, os fiscais da CET e da SPTrans orientaram Alcântara a desviar do caminho e retornar pelo bairro ao ponto de onde vinha.
Mas ele não estava bravo com o protesto: “Eles estão certos. A escola já não é boa, mas vai fechar o que tem?”. Ele conta que só fez até a antiga 5ª série “porque não tinha escola” e que deposita na educação a esperança de um futuro melhor que o dele — que é motorista há 20 anos — para os filhos.
Silêncio na avenida agitada
Quem trabalha na região está acostumado com o barulho dos carros, das buzinas no cruzamento movimento. Na manhã desta segunda havia um silêncio incomum. Mas era possível escutar nos pontos de ônibus reclamações sobre o tráfego, que ficou completamente parado nas avenidas.
Ocupação de 182 escolas em SP vira teste de resistência de Alckmin
Governo tenta ganhar tempo sem uma estratégia de negociação clara
Em frente à Escola Estadual Alves Cruz, na zona oeste de São Paulo, a professora Regina Helena Demange estava apreensiva. Seus dois filhos estudam na escola, que é uma das 493 que funcionam em período integral em todo o Estado. Naquele dia, os alunos organizavam uma assembleia para decidir se iriam ou não ocupar o prédio. “Não sei se é este o caminho, mas é um direito deles [de ocupar]”, disse a mãe, do lado de fora.
A assembleia decidiu que a escola entraria para o movimento que hoje soma 182 escolas ocupadas no Estado. A onda de ocupações, que foi iniciada pela Escola Estadual Diadema há duas semanas, avança em um ritmo acelerado. Provavelmente, até a publicação desta reportagem, esse número já tenha aumentado.
Esquecer o papel educativo da escola é o erro do governo de SP, diz Janine
O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro publicou sexta-feira (27) em seu perfil no Facebook um texto em que comenta o processo de reorganização da rede estadual anunciada pelo Governo de São Paulo. Segundo, Janine, o grande erro do governo foi esquecer o papel educativo da escola, em nome da “conveniência educativa”.
A reorganização da rede foi anunciada pela Secretaria da Educação no fim de setembro. Ela atinge diretamente 311 mil alunos e deve fechar 94 escolas. Por causa das medidas, desde o dia 9 mais de 180 escolas foram ocupadas por estudantes em todo o Estados, que protestam contra a reforma.
“A escola, em que pesem seus críticos, é uma invenção admirável, com poucos séculos de existência e menos ainda de universalização, que permite passar da família para a sociedade à medida que se adquire conhecimento, ou melhor, saber e sabedoria. Esse processo é rico e delicado. Forma a identidade das crianças e adolescentes. Ora, a turma, o prédio, o local fazem parte decisiva dessa identidade. Alterá-los rapidamente, só por conveniência administrativa, é esquecer o papel educativo – insisto: educativo – dessa construção das relações com o espaço, com os colegas, com os adultos. Esse, o grande erro do governo”, disse o ex-ministro.
Em escolas ocupadas em SP, rotina de alunos inclui limpeza e aulas abertas
O fechamento de 93 escolas e a estimativa de que 311 mil alunos tenham de mudar de unidade escolar no ano que vem tem feito jovens e pais se mobilizarem na cidade de São Paulo. Os protestos contra proposta da Secretaria de Educação do estado de reorganização da rede de ensino tiveram início no dia 10.
Os alunos têm ocupado escolas estaduais na capital e no interior. De acordo com a secretaria, 151 estabelecimentos de ensino estão ocupadas hoje (25). O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo estima em 163.
Nas escolas ocupadas, os jovens criaram uma rotina de atividades. Eles se dividem em grupos para fazer a limpeza, garantir a alimentação, manter a segurança e atender às demandas da imprensa. Além disso, são programadas palestras, aulas abertas, debates e exibições de filmes.
‘Reorganização é parte de plano privatista’, diz diretor da Faculdade de Educação da Unicamp
Luiz Carlos Freitas diz que, longe de ser ‘trapalhada impensada’ do secretário da Educação, Herman Voorwald, projeto de Geraldo Alckmin (PSDB) destrói a escola pública e não vai trazer avanço
São Paulo – Com o argumento de melhorar a qualidade da educação, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) vai fechar mais de 90 escolas, reorganizar em ciclos metade da rede e implementar escolas de tempo integral na outra metade. Tais objetivos, que constam do Plano Estadual de Educação, nada têm de pedagógico, segundo o professor Luiz Carlos de Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Unicamp.
De acordo com ele, a estratégia 6.7, que trata do Ensino em Tempo Integral, indica as intenções privatistas do governo: estimular, em regime de colaboração, a apropriação dos espaços e equipamentos públicos e privados, articulando ações entre esses e as escolas, de forma a viabilizar a extensão do tempo de permanência do aluno em atividades correlacionadas ao currículo – daí a necessidade de escolas de ciclo único.
Para Freitas, que juntamente com outros professores da Unicamp assinou moção de repúdio contra a reorganização, Alckmin aposta na privatização da educação como algo inovador, capaz de resolver os problemas, com vistas a 2018, quando pretende disputar a Presidência da República.
O dia em que cem policiais sitiaram uma escola ocupada em São Paulo
Operação, em bairro nobre, monitorava protesto de alunos contra fechamento de escolas
“Está tendo assalto a banco, é?”, indagou um homem que aguardava na calçada para atravessar a rua na esquina da rua Teodoro Sampaio com a Pedroso de Moraes, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A pergunta não era descabida: nesta quarta-feira, o quarteirão da escola estadual Fernão Dias estava completamente cercado por mais de 100 policiais militares – e dezenas de viaturas, segundo dados da corporação. Uma das pistas da Pedroso, bem como as duas vias laterais da escola foram totalmente isoladas para o tráfego de veículos e pedestres. Mas não se tratava de uma ação do crime organizado: desde terça-feira um grupo de alunos da Fernão Dias decidiu ocupar a escola para protestar contra a reforma educacional, que prevê o fechamento de 94 escolas além de remanejamento de milhares de alunos das unidades públicas, e está sendo implementada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Uma outra escola em Diadema também foi ocupada na terça, e outras três na quarta-feira. Os estudantes se recusaram a dizer o número de pessoas que participam da ação.
Desde outubro, milhares de estudantes têm ido às ruas protestar contra a nova política para o ensino, que o Estado chama de “redesenho” da rede estadual, que abriga 3,75 milhões de alunos. A reforma será posta em prática a partir de 2016 e, por causa dela, além do encerramento de atividades letivas em 94 escolas, outras 754 terão ciclos encerrados, quer do ensino fundamental ou médio. A Fernão, um amplo prédio em área nobre da cidade, continuará aberta, mas os alunos do ensino fundamental irão para a escola Godofredo Furtado, no mesmo bairro. E as turmas do ensino médio da Godofredo vão para a Fernão. Desde o início do protesto na tarde de ontem, alguns jovens já deixaram o prédio — parte deles a pedido dos pais —, e um pequeno grupo conseguiu entrar. Nesta quarta-feira houve confusão quando a PM usou spray de pimenta para impedir que outros alunos entrassem na escola.
Estudantes trancam escola e ocupam salas em Santa Cruz das Palmeiras
Alunos são contrários à reorganização, que afetará 31 unidades na região.
Eles afirmam que terão de andar 3 km para estudar por conta da mudança.
Cerca de 30 alunos do ensino médio da Escola Estadual Prefeito Mario Avesani, em Santa Cruz das Palmeiras (SP), estão protestando contra a reestruturação escolar nesta segunda-feira (16). Estudantes trancaram a instituição com cadeados e afirmam que irão “morar” na escola. Os funcionários não conseguiram entrar e aguardam no exterior da instituição. A diretora regional de ensino afirma que houve diálogo com os alunos e que a Secretaria de Educação “vai tomar as providências” para a desocupação.
Para entrarem na escola, localizada na Vila Santa Terezinha, os alunos aproveitaram o horário de trabalho das faxineiras. Todos os cadeados foram trocados para impedir a entrada de qualquer funcionário e aproximadamente 15 estudantes dizem que vão dormir no local.
Estudantes reagem a processo de reorganização e ocupam 6 escolas em São Paulo
As pessoas que transitam pela esquina da rua Teodoro Sampaio com a Avenida Pedroso de Morais, na Zona Oeste da capital de São Paulo, têm a impressão que existe uma ameaça de bomba tamanho o aparato policial no local. O quarteirão todo está cercado por pelo menos 100 policiais militares e 10 viaturas.
Ao contrário do que parece, os policiais militares não estão cercando um local com ameaça de bomba, mas uma escola ocupada por cerca de 30 alunos. Ninguém entra e quem sai não é autorizado a voltar. Comida, água, pasta de dente, shampoo entram em sacolas desde que sejam revistadas por policiais militares.
Os estudantes da Escola Estadual Fernão Dias decidiram ocupar a escola na virada do domingo para segunda-feira contra o processo de reorganização escolar promovido pelo governo estadual.
“Está tendo assalto a banco, é?”, indagou um homem que aguardava na calçada para atravessar a rua na esquina da rua Teodoro Sampaio com a Pedroso de Moraes, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A pergunta não era descabida: nesta quarta-feira, o quarteirão da escola estadual Fernão Dias estava completamente cercado por mais de 100 policiais militares – e dezenas de viaturas, segundo dados da corporação. Uma das pistas da Pedroso, bem como as duas vias laterais da escola foram totalmente isoladas para o tráfego de veículos e pedestres. Mas não se tratava de uma ação do crime organizado: desde terça-feira um grupo de alunos da Fernão Dias decidiu ocupar a escola para protestar contra a reforma educacional, que prevê o fechamento de 94 escolas além de remanejamento de milhares de alunos das unidades públicas, e está sendo implementada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Uma outra escola em Diadema também foi ocupada na terça. Os estudantes se recusaram a dizer o número de pessoas que participam da ação.
Desde outubro, milhares de estudantes têm ido às ruas protestar contra a nova política para o ensino, que o Estado chama de “redesenho” da rede estadual, que abriga 3,75 milhões de alunos. A reforma será posta em prática a partir de 2016 e, por causa dela, além do encerramento de atividades letivas em 94 escolas, outras 754 terão ciclos encerrados, quer do ensino fundamental ou médio. A Fernão, um amplo prédio em área nobre da cidade, continuará aberta, mas os alunos do ensino fundamental irão para a escola Godofredo Furtado, no mesmo bairro. E as turmas do ensino médio da Godofredo vão para a Fernão. Desde o início do protesto na tarde de ontem, alguns jovens já deixaram o prédio — parte deles a pedido dos pais —, e um pequeno grupo conseguiu entrar. Nesta quarta-feira houve confusão quando a PM usou spray de pimenta para impedir que outros alunos entrassem na escola.
Professores e alunos de SP fazem ato em frente à Secretaria da Educação
Grupo protesta na Praça da República contra mudanças no ensino.
Manifestantes levaram bonecos que representam Alckmin e secretário.
Estudantes e professores de escolas públicas fizeram na tarde desta terça-feira (20) uma manifestação que começou na Praça da República, no Centro de São Paulo, onde fica a sede da Secretaria de Estado da Educação. O ato foi contra a reestruturação da rede de ensino que o governo paulista pretende implantar a partir do início de 2016.
Segundo a Apeoesp, o Sindicato dos Professores da rede estadual, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Após ofensas a Dilma, professor de Stanford (EUA) chama atenção para ‘fascismo’ nas agressões
Paulo Blikstein, que é professor da universidade norte-americana onde Dilma sofreu o ataque, escreveu uma carta em que fala sobre o ambiente em que ocorreram os insultos e chama a atenção para os excessos desse tipo de “oposição”. “Entre erros e acertos do governo e da oposição, há um erro que ambos devem evitar a todo custo: ignorar o perigo do crescimento desse tipo de ideologia violenta e fascista, normalmente acompanhada de homofobia e racismo”
Depois das ofensas que dois brasileiros desferiram à presidenta Dilma Rousseff em visita à Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, um professor brasileiro da instituição, que participou de uma reunião com Dilma, escreveu uma carta enviada ao Painel do Leitor do jornal Folha de S. Paulo, onde narra o que aconteceu e chama a atenção para o caráter fascista deste tipo de manifestação.
De acordo com o professor Paulo Blikstein, que dá aula no centro que estuda a educação brasileira dentro da universidade, a presidenta estava na instituição para uma reunião que contaria com a presença de professores e de nomes como Mark Zuckerberg e o chairman do Google, Eric Schmidt. Pouco antes do encontro, dois jovens brasileiros que moram no país burlaram a segurança da presidência e, quase lado a lado com Dilma, desferiram xingamentos que iam de “comunista” e “vagabunda” a “terrorista”.
O direito de protestar é um pilar da democracia. Mesmo entre os alunos brasileiros de Stanford, há aqueles que são partidários do governo e os que estão na oposição. Mas o tipo de ataque desses dois jovens (que têm fotos com Jair Bolsonaro no Facebook) lembra a virulência de grupos políticos fascistas que infelizmente proliferam pelo mundo”, afirmou o professor em sua carta.