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Muro do pátio interno da escola estampa a arte dos alunos. Crianças também são responsáveis por cuidar das plantas. Lilo Clareto
Alunos do lado de fora: como a escola Amorim Lima virou referência no país
Aulas ao ar livre, salas multisseriadas, roteiro de estudos flexível e pais na gestão de atividades culturais. Conheça o case de sucesso da escola municipal de SP
Por fora, a escola municipal Desembargador Amorim Lima, localizada na Vila Gomes, na Zona Oeste de São Paulo, se parece com uma instituição pública de ensino qualquer. A arquitetura tradicional de muros altos e de portões de ferro que isolam alunos e administração escolar do resto da cidade. Mas basta circular pelos corredores para abandonar essa primeira impressão. Grande parte das aulas ocorre ao ar livre, e não dentro da classe. Crianças pequenas praticam capoeira, ao som do berimbau que o professor de artes toca, a poucos metros de distância de outra roda de alunos, mais velhos, que participam de uma aula no jardim. Mesmo quando estão apenas brincando, os estudantes são instigados a aprender: duas crianças fugitivas, que permaneceram no clima do recreio após o sinal, são “resgatadas” de uma árvore por uma professora. E um inusitado batismo das corujas de pelúcia virou uma breve aula sobre a vida das aves noturnas de rapina. Alguns pais circulam livremente pelos corredores e participam de , ao mesmo tempo em que seus filhos estudam.
As salas de aula também estão longe do imaginário trivial, de carteiras enfileiradas e professores que meramente transmitem conhecimento. A lousa nesta escola não passa de um objeto decorativo na parede, reflexo de um passado distante. Alunos de séries diferentes sentam juntos no mesmo grupo e ficam sob a tutoria de professores de matérias diferentes, que se revezam de mesa em mesa para tirar dúvidas. São os alunos que escolhem o que vão estudar na semana.
…Para a professora, a relação com os alunos é de “mediação” do conhecimento, um processo que lhe tira do pedestal hierárquico de mestre, mero transmissor de informação, para uma posição mais humana e colaborativa. “Sou formada em matemática, mas acabo tendo de sanar dúvidas de português, geografia. Claro que eu não sei tudo. Por isso, quando um aluno me pergunta e eu não sei responder, vamos juntos pesquisar no computador ou na biblioteca. O legal desse método é que acabamos construindo o conhecimento junto com o aluno. É uma troca”, explica. Mas as grades flexíveis de aula não significam que as avaliações são mais brandas. “Há cobrança sim, mas fazemos de uma forma que respeita o tempo de aprendizado de cada aluno, que não o sufoca ou constrange. A escola não pode ser um ambiente causador de aflições”, destaca a professora.
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