Manoel de Barros – poeta das miudezas
Histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo – Manoel de Barros (animação com desenhos de Evandro Salles)
15 quarta-feira ago 2018
Manoel de Barros – poeta das miudezas
Histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo – Manoel de Barros (animação com desenhos de Evandro Salles)
06 terça-feira dez 2016
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Academia Brasileira de Letras, conceito de livro-poema, concretista Augusto de Campos, ditadura cívico-militar brasileira, exílio, fazer poema, Ferreira Gullar, maranhão, neoconcretismo, Poema Sujo, poeta
Ferreira Gullar, do poema sujo ao poeta límpido
Maior poeta de sua geração, maranhense morre aos 86 anos, no Rio de Janeiro, vítima de pneumonia
“O que se foi se foi”, escreve Ferreira Gullar, falecido neste domingo de pneumonia, ao 86 anos, no Rio de Janeiro, em seu Em alguma parte alguma (Editora Olympio, 2010). E obviamente o poema O que se foi, deste que foi o seu último livro de inéditos, não acaba por aí, muito menos o maranhense José Ribamar Ferreira: “O que se foi se foi. Se algo ainda perdura é só a amarga marca na paisagem escura. Se o que se foi regressa, traz um erro fatal: falta-lhe simplesmente ser real. Portanto, o que se foi, se volta, é feito morte. Então por que me faz o coração bater tão forte?”.
Um obituário de Ferreira Gullar poderia ser composto apenas de trechos de sua obra, como comprova esta passagem de seu célebre Poema Sujo (José Olympio, 1976): “Corpo que se para de funcionar provoca um grave acontecimento na família: sem ele não há José Ribamar Ferreira, não há Ferreira Gullar e muitas pequenas coisas acontecidas no planeta estarão esquecidas para sempre”. Mas é preciso informar que o corpo do poeta, ensaísta, dramaturgo e crítico de arte será velado às 17h deste domingo na Biblioteca Nacional, e às 9h de segunda-feira na sede Academia Brasileira de Letras (ABL), onde Gullar assumiu uma cadeira no final de 2014, após passar anos dizendo que nunca o faria.
Ao tomar posse na ABL, em dezembro daquele ano, o poeta não se esquivou da polêmica. “Como minha vida tem se caracterizado não pelo previsível, mas pelo inesperado, ao decidir-me pela candidatura à que nunca aspirei, agi como sempre agi, ou seja, optar pelo imprevisível. Estou feliz da vida, uma vez que, aos 84 anos de idade, começo uma nova aventura pelo inesperado que a algum lugar desconhecido há de levar-me. Pode alguém se espantar ao me ouvir dizer que posso encontrar o novo nesta casa que é o reduto próprio da tradição. E pode ser que esteja certo. Não obstante, como na vida, em qualquer lugar, em qualquer momento, o inesperado pode acontecer”.
Morre o poeta celebrizado por um Poema Sujo, e que se expôs límpido ao mundo inteiro nas páginas de sua obra. Fica seu Aprendizado: “Do mesmo modo que te abriste à alegria, abre-te agora ao sofrimento que é fruto dela e seu avesso ardente. Do mesmo modo que da alegria foste ao fundo e te perdeste nela e te achaste nessa perda, deixa que a dor se exerça agora sem mentiras nem desculpas e em tua carne vaporize toda ilusão, que a vida só consome o que a alimenta”.
Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/04/cultura/1480867074_004887.html?rel=mas
06 terça-feira dez 2016
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Academia Brasileira de Letras, Augusto Boal, ditadura cívico-militar brasileira, eduardo galeano, Eric Nepomuceno, exílio, Ferreira Gullar, Juan Gelman, língua portuguesa, literatura, Poema Sujo, poeta
O meu Gullar
por Eric Nepomuceno
Ferreira Gullar, meu amigo que foi o ser vivo mais triste que vi na vida quando éramos jovens, foi também o último grande poeta do idioma que falamos no Brasil
Foi numa noite de 1975. Não lembro o mês. Foi em Buenos Aires. Tempos de exílio, tempos sombrios. Lembro que Eduardo Galeano ligou dizendo que encontraríamos um desconhecido que, diziam, era um grande poeta. Lembro de ter dito a ele que era, sim, um grande poeta.
Lembro que estava meu amigo Augusto Boal, com sua Cecilia. Lembro que havia mais argentinos: afinal, estávamos em Buenos Aires.
Lembro que era um apartamento modesto, na distante rua Hipólito Pueyrredón, não na elegante avenida Pueyrredón, que ficava perto de minha casa. Lembro que por isso me enganei de endereço. Lembro que por esse engano, Eduardo e eu chegamos tarde.
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Outra parte de mim
é multidão:
outra parte, estranheza
e solidão. Ferreira Gullar
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http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/05/cultura/1480942738_664364.html
05 sábado mar 2016
Posted Cultura, Dica cultural, Educação, Educação Inclusiva, Educador, ENEM, Formação, História, Língua Portuguesa, Leitura, Sociedade
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Baita, Cruz e Souza, Curitiba, escritor, fábula zen, Guerra Dentro da Gente, haicai, Jesus Cristo, jornalista, Leminski, Leon Trotski, Letras, literatura infantojuvenil, Matsuo Bashô, música, poesia, poeta, publicitário
Para ler Leminski
A obra poética do curitibano, misto de erudito, escritor e artista pop, testa os limites da linguagem
Jovem culto, inteligente e criativo, filho mestiço de polaco com negra, Paulo Leminski nasceu na cidade de Curitiba, Paraná, em 24 de agosto de 1944. Muito cedo começou a ser conhecido como um intelectual carismático, mix de erudito, escritor e artista pop, figura emblemática para sua geração.
Foi uma personalidade múltipla: escreveu narrativas, biografias e poemas, traduziu livros, compôs canções, lecionou História e Literatura em curso pré-vestibular, fez jornalismo, publicidade e televisão, foi agitador cultural e professor de judô. Dedicou-se à cultura e à literatura em tempo integral: “Minha vida é administrar papéis”, dizia.
Leia mais:
http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/para-ler-leminski/
22 segunda-feira fev 2016
Posted Cultura, Dica cultural, Educação, Educação Inclusiva, Educador, ENEM, Formação, História, Língua Portuguesa, Leitura, Profissão, Sociedade
inAugusto de Campos 85 anos: ouça versos concretos na voz do poeta
Acompanhe no programa Música de Invenção uma homenagem ao poeta, tradutor, ensaísta, expoente da poesia concreta no Brasil
O programa Música de Invenção desta sexta (19), a partir da meia-noite, apresenta uma homenagem aos 85 anos, completados no dia 14 de fevereiro, do poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música, Augusto de Campos.
Nascido em São Paulo, em 1931, foi em 1951 que Augusto de Campos publicou o seu primeiro livro de poemas, “O Rei menos o Reino”. Em 1952, com seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari lançou a revista “Noigandres” e que a partir daí se inicia a poesia concreta no Brasil.