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Biblioteca Nacional da França, Freud, Gallimard La Pléiade, George Bataille, História da loucura, La Pléiade, Lacan, L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, leitura, literatura universal, Maurice Merleau-Ponty, mecanismos do poder, Michel Foucault, Nietzsche, sexualidade
Foucault continua mudando o mundo
A chegada de suas obras à Biblioteca Nacional da França anuncia a publicação de novos textos do filósofo
Em 2 de março de 1954 realizou-se o que foi chamado de carnaval de loucos no manicômio de Münsterlingen, na Suíça alemã. Este costume esquecido, que tem suas raízes na Idade Média, consistia em disfarçar os internos com máscaras e levá-los a passear pela cidade. É algo que pode parecer inconcebível na atualidade, mas que nos anos cinquenta ainda perdurava em diferentes locais da Europa. No entanto, aquele espetáculo mudaria por completo a história da filosofia no Ocidente devido à profunda impressão que causou em um graduado em Psicologia que assistiu ao desfile a convite dos médicos. Chamava-se Michel Foucault (Poitiers, 1926 – Paris, 1984). Mesmo depois de 30 anos de sua morte, sua influência continua enorme. Suas obras passaram a integrar em novembro a prestigiosa coleção da Gallimard La Pléiade, considerada o panteão da literatura universal, publicada pelas edições de L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, revelando as origens de uma de suas obras mais importantes e citadas, História da loucura.
O fato de os arquivos de Foucault terem sido depositados na Biblioteca Nacional da França recentemente e, portanto, estarem disponíveis para análise e consulta pelos especialistas anuncia que se abre uma nova fase de publicação de inéditos do pensador francês. Apesar de extremamente influente pela forma como desmontou e revelou os mecanismos do poder e expôs uma visão diferente tanto das prisões como dos hospitais psiquiátricos e da sexualidade, a obra de Foucault não é muito volumosa. Os dois tomos em papel bíblia de La Pléiade reúnem seus livros, exceto Maladie mentale et personalité (não traduzido para o português), considerado mais um manual para seus alunos, e o último tomo da História da sexualidade, que seus editores na Gallimard garantem que não estava totalmente acabado quando o pensador morreu em 1984.
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