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afrodescendentes, áfrica, cor da pele, Heloisa Pires Lima, Histórias da Preta, identidade afro-brasileira, literatura infantil, negros, preconceito
Literatura Infantil e as Histórias da Preta: percepções da identidade afro-brasileira
Termos consciência de quem somos é o primeiro passo para entendermos e buscarmos nosso lugar no mundo, assim como a relação que temos com tudo (e todos) que nos cerca(m). Em Histórias da Preta, conhecemos por meio das observações e percepções da protagonista um pouco sobre a África e a identidade afro-brasileira. Na primeira parte do livro, Preta, uma menina brasileira, descendente de africanos e europeus, se apresenta e reflete sobre si e o modo como se vê e como é vista pelos outros, sobre as “etiquetas” que recebemos (“afro” e “euro”) e as diferenças e semelhanças entre as pessoas.
É tocante vê-la refletir sobre a cor da sua pele e concluir que não é preta nem branca, e sim ‘marrom’: “E fui aos poucos descobrindo que eu era a Preta marrom, uma menina negra. (…) ser negro é muito mais do que ter um bronze na pele.” Convivendo com a família e com os amigos, ela não para de pensar sobre todas essas questões, seja pelo carinho que recebe da tia e da avó, seja pelo modo mais duro como entende que outras pessoas a veem e percebem: enquanto a família a cerca de cuidados, ouve e dá respostas para suas dúvidas, as outras pessoas a evitam ou a julgam de maneira preconceituosa.