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Arquivos da Tag: Ferreira Gullar

Ferreira Gullar, do poema sujo ao poeta límpido

06 terça-feira dez 2016

Posted by auaguarani in Cultura, Dica cultural, Educação, Educador, ENEM, Formação, História, Língua Portuguesa, Leitura, Mercosul, Profissão, Sociedade

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Academia Brasileira de Letras, conceito de livro-poema, concretista Augusto de Campos, ditadura cívico-militar brasileira, exílio, fazer poema, Ferreira Gullar, maranhão, neoconcretismo, Poema Sujo, poeta

Ferreira Gullar em 2007

Ferreira Gullar em 2007

Ferreira Gullar, do poema sujo ao poeta límpido

Maior poeta de sua geração, maranhense morre aos 86 anos, no Rio de Janeiro, vítima de pneumonia

“O que se foi se foi”, escreve Ferreira Gullar, falecido neste domingo de pneumonia, ao 86 anos, no Rio de Janeiro, em seu Em alguma parte alguma (Editora Olympio, 2010). E obviamente o poema O que se foi, deste que foi o seu último livro de inéditos, não acaba por aí, muito menos o maranhense José Ribamar Ferreira: “O que se foi se foi. Se algo ainda perdura é só a amarga marca na paisagem escura. Se o que se foi regressa, traz um erro fatal: falta-lhe simplesmente ser real. Portanto, o que se foi, se volta, é feito morte. Então por que me faz o coração bater tão forte?”.

Um obituário de Ferreira Gullar poderia ser composto apenas de trechos de sua obra, como comprova esta passagem de seu célebre Poema Sujo (José Olympio, 1976): “Corpo que se para de funcionar provoca um grave acontecimento na família: sem ele não há José Ribamar Ferreira, não há Ferreira Gullar e muitas pequenas coisas acontecidas no planeta estarão esquecidas para sempre”. Mas é preciso informar que o corpo do poeta, ensaísta, dramaturgo e crítico de arte será velado às 17h deste domingo na Biblioteca Nacional, e às 9h de segunda-feira na sede Academia Brasileira de Letras (ABL), onde Gullar assumiu uma cadeira no final de 2014, após passar anos dizendo que nunca o faria.

Ao tomar posse na ABL, em dezembro daquele ano, o poeta não se esquivou da polêmica. “Como minha vida tem se caracterizado não pelo previsível, mas pelo inesperado, ao decidir-me pela candidatura à que nunca aspirei, agi como sempre agi, ou seja, optar pelo imprevisível. Estou feliz da vida, uma vez que, aos 84 anos de idade, começo uma nova aventura pelo inesperado que a algum lugar desconhecido há de levar-me. Pode alguém se espantar ao me ouvir dizer que posso encontrar o novo nesta casa que é o reduto próprio da tradição. E pode ser que esteja certo. Não obstante, como na vida, em qualquer lugar, em qualquer momento, o inesperado pode acontecer”.

Morre o poeta celebrizado por um Poema Sujo, e que se expôs límpido ao mundo inteiro nas páginas de sua obra. Fica seu Aprendizado: “Do mesmo modo que te abriste à alegria, abre-te agora ao sofrimento que é fruto dela e seu avesso ardente. Do mesmo modo que da alegria foste ao fundo e te perdeste nela e te achaste nessa perda, deixa que a dor se exerça agora sem mentiras nem desculpas e em tua carne vaporize toda ilusão, que a vida só consome o que a alimenta”.

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/04/cultura/1480867074_004887.html?rel=mas

O meu Gullar

06 terça-feira dez 2016

Posted by auaguarani in Cultura, Dica cultural, Educação, Educador, ENEM, Formação, História, Língua Portuguesa, Leitura, Profissão, Sociedade

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Academia Brasileira de Letras, Augusto Boal, ditadura cívico-militar brasileira, eduardo galeano, Eric Nepomuceno, exílio, Ferreira Gullar, Juan Gelman, língua portuguesa, literatura, Poema Sujo, poeta

O meu Gullar

por  Eric Nepomuceno

Ferreira Gullar, meu amigo que foi o ser vivo mais triste que vi na vida quando éramos jovens, foi também o último grande poeta do idioma que falamos no Brasil

Foi numa noite de 1975. Não lembro o mês. Foi em Buenos Aires. Tempos de exílio, tempos sombrios. Lembro que Eduardo Galeano ligou dizendo que encontraríamos um desconhecido que, diziam, era um grande poeta. Lembro de ter dito a ele que era, sim, um grande poeta.

Lembro que estava meu amigo Augusto Boal, com sua Cecilia. Lembro que havia mais argentinos: afinal, estávamos em Buenos Aires.

Lembro que era um apartamento modesto, na distante rua Hipólito Pueyrredón, não na elegante avenida Pueyrredón, que ficava perto de minha casa. Lembro que por isso me enganei de endereço. Lembro que por esse engano, Eduardo e eu chegamos tarde.

Uma parte de mim

é todo mundo;

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Outra parte de mim

é multidão:

outra parte, estranheza

e solidão. Ferreira Gullar

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/05/cultura/1480942738_664364.html

O que seria da literatura numa “escola sem partido”?

25 segunda-feira jul 2016

Posted by auaguarani in Afrodescendentes e africanos no Brasil, Ambiente escolar, Bullying, Cultura, ECA, Educação, Educação Inclusiva, Educador, ENEM, Formação, Gênero, História, Meio ambiente, Povos indígenas, Preconceito, Profissão, Religião, Saúde, Sociedade, Violência

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adultério, autoritarismo, Álvares de Azevedo, Byron, Capitães da areia, Capitu, Castro Alves, censura, contos, crítica, crítica social, criacionista, debate político e social, denúncia social, desigualdade social, Deus, diálogo, diversidade cultural, Dom Casmurro, elite patriarcal brasileira, escola sem partido, escravização, escravos, esquerdismo militante, estado laico, Ferreira Gullar, formação cidadã, Gil Vicente, Gonçalves Dias, governo golpista, Graciliano Ramos, identidade, igualdade, Jorge Amado, José de Alencar, José Ruy Lozano, leitura, liberdade, literatura, livros, machado de assis, Musset, negros, Noite na taverna, O navio negreiro, obras engajadas, PNE, poesia, polarização política, povos indígenas, provatização do ensino, religião, retrocesso, romance, Satanás, Vidas secas

O que seria da literatura numa “escola sem partido”?

Dom Casmurro, de Machado de Assis, continuaria a ser um romance de adultério

José Ruy Lozano

Aconteceu em meados de 1990. O aluno, de família religiosa, dirige-se ao professor e afirma, em alto e bom som: “Não vou ler esse livro aí, é obra de Satanás”. A obra em questão era Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, o romântico brasileiro discípulo de Byron e Musset, que temperou os enredos de seus contos com cemitérios, crânios humanos e orgias à meia-noite.

À época, não havia sombra do debate sobre a “escola sem partido”, frequente no ambiente de extrema polarização política que hoje toma conta do Brasil. Mas o fato – verídico – revela a impossibilidade de trabalhar com a literatura numa escola pretensamente neutralizada de qualquer questionamento histórico, político, social ou comportamental.

Para os defensores da ideia de uma “escola sem partido”, que ameaça a educação nacional, Dom Casmurro, obra-prima de Machado de Assis, continuaria a ser um romance de adultério. E Capitu, a Madame Bovary dos trópicos, a Anna Kariênina que pudemos ter. A interpretação hoje consagrada do narrador ambíguo e não confiável, representante da elite patriarcal brasileira, que suprime sua insegurança impondo cruel desterro à esposa, seria considerada esquerdismo militante, influência feminazi talvez. Para eles Capitu é culpada, não há dúvida.

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/20/opinion/1469018989_707134.html?id_externo_rsoc=TW_CM

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