Tags
alunos, comunidade, ensino municipal, Escola Municipal Itacelina Bittencourt, evasão escolar, favela do Parolin, participação, Projeto Equidade
A escola que não tinha vizinhos
Colégio desafia estigmas e rankings e se torna chave para entender relações entre cidade, medo e ensino
“Pode deixar… eu vou lá embaixo e resolvo”, costuma dizer a pedagoga e psicóloga Raquel Zandomenighi, a cada novo impasse no colégio que dirige – a Escola Municipal Itacelina Bittencourt, no Guaíra. O “lá embaixo” ao qual se refere não é o pátio ou coisa assim, mas a Vila Parolin, distante da escola “seis quadras e uma ponte sobre o córrego”. O local é tido como a zona favelizada mais antiga de Curitiba. Dali vêm 60% dos 460 alunos do 1.º ao 5.º ano que estudam na instituição. Os restantes são oriundos do Lindoia, da Ferrovila ou de áreas de assentamento. Do Guaíra, mesmo, são poucos – e essa é a questão.
A “Itacelina Bittencourt” funciona na Rua São Paulo há exatos 60 anos. Nasceu como Grupo Escolar Vila Guaíra, mudou de nome, passou da tutela do estado para a do município, mas seguiu atada a um destino – o de “escola onde estudam os moradores da favela do Parolin”. O que parece mais uma curiosidade está longe de se traduzir numa convivência tranquila.