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Aberta à comunidade, escola assume papel na transformação do território
Há uma velha frase, uma antiga crença, de que a educação pode mudar o mundo. Não há dúvida que o conhecimento é transformador, mas cada vez mais, experiências têm mostrado que a escola – sozinha – dificilmente conseguirá completar essa ampla e complexa tarefa. Ou como resume o educador português que vive e trabalha no Brasil, José Pacheco, em uma carta enviada a Agostinho da Silva:
“Sabias que escolas são pessoas, comunidades feitas de pessoas, que aprendem umas com as outras. E que o desenvolvimento dessas comunidades depende da diversidade de experiências das pessoas que as integram, bem como requer que todos os membros que as constituem se envolvam num esforço de participação, da produção conjunta de conhecimento, vizinho a vizinho, numa fraternidade aprendente.”
O trecho da carta foi extraído do livro Aprender em Comunidade, em que Pacheco, o fundador da Escola da Ponte, troca cartas com educadores – vivos ou não. Agostinho Silva foi um educador português que, escapando de seguidas ditaduras, teve uma destacada atuação intelectual no campo da educação e da cultura. Viveu no Brasil e sugeriu que nossa bandeira deveria levar os dizeres “Liberdade e Desenvolvimento” ao invés de “Ordem e Progresso”.
Quando uma aula, mesmo que seja uma aula tradicional, acontece numa praça, ela é necessariamente política, porque ela faz a pessoa em desenvolvimento perceber que ele não é só estudante: ela também é vizinho, é criança, é irmã. Ela se enxerga em sua pluralidade. E quando isso acontece, eu sinto que isso potencializa perspectivas, isso cria capacidade de intervenção não só onde elas vivem, mas também em suas vidas.