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~ compilação de notícias relacionadas à educação

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Limongi: “Líderes responsáveis não têm o direito de se isentar diante da insanidade de Bolsonaro”

19 sexta-feira out 2018

Posted by auaguarani in Afrodescendentes e africanos no Brasil, Ambiente escolar, Bolsa Família, Cultura, Ditadura cívico-militar brasileira, ECA, Educação, Educação Inclusiva, Educador, ENEM, Formação, História, Preconceito, Profissão, Sociedade

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Limongi: “Líderes responsáveis não têm o direito de se isentar diante da insanidade de Bolsonaro”

Doutor em Ciência Política se diz chocado com inércia de lideranças, como o ex-presidente Fernando Henrique, diante do risco que candidato representa. “Está em jogo a barbárie”

Fernando Limongi, doutor em ciência política, não esconde a angústia com o resultado do primeiro turno das eleições do último domingo. Para ele, a vitória de Jair Bolsonaro joga o país no escuro e aqueles que o apoiam estão minimizando riscos extremamente perigosos que o candidato do PSL trará caso vença o segundo turno. Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento e do Núcleo de Instituições Políticas e Eleições (NIPE/ CEBRAP), Limongi se mostrou chocado com a neutralidade assumida por grandes lideranças como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso neste segundo turno da eleição. Cardoso é um dos fundadores do CEBRAP, criado em 1969 por um grupo de professores afastados das universidades pela ditadura militar. “Isso é uma covardia inadmissível”, diz. Leia os principais pontos da conversa, em tópicos.

Educação com Bolsonaro
Vamos pegar os economistas formados em Chicago, formados em Princeton, formados em Harvard que aceitam a ideia de que o grande problema do Brasil é a falta de investimento em capital humano, que o problema é a educação, que o brasileiro é pouco produtivo e que por isso estamos atrasados, por tanto toda e qualquer atenção no Brasil deve estar para a política pública. Essas pessoas têm medo do PT e da política macroeconômica do PT, mas não têm medo da política educacional que o senhor Bolsonaro vai aplicar. Porque ele quer colocar criança de volta pra casa, quer tirar criança de dentro da escola, porque isso faz parte do programa de governo dele [programa sugere a valorização da educação à distância]. Não pode dizer que não leu. O senhor Guedes não vai dar garantia para isso. Ele quer tirar criança da escola, porque ele não quer que as crianças sejam expostas a professores marxistas [programa de Bolsonaro destaca em vermelho ”um dos maiores males atuais é a doutrinação”]. E se as crianças voltam pra casa quem vai tomar conta de criança? Quem vai trabalhar? Olha o desarranjo econômico que esse cara pode gerar por uma insanidade ideológica. Todo mundo falou “ah, o PT é muito ideológico”. E o senhor Bolsonaro é um poço de razão e de ciência? Ele é um energúmeno ideológico. Ele vai acabar com a educação no Brasil. Ele vai mandar a gente de volta para a Idade Média. Esse cara é um obscurantista. Ele vê um comunista em cada agente estatal. Aí ele se junta com a direita mais radical, neoliberal, que acha que todo agente do Estado é um paternalista protegendo um looser.

Salto no escuro com Governo obscurantista
Eu quero começar fazendo uma declaração quase que política, pensando como uma pessoa que é financiada para pensar. Eu sou pago pelo Estado brasileiro pra pensar e eu acho que eu tenho que fazer um pronunciamento público. Eu acho que a direita brasileira, o conservadorismo brasileiro – ou o que quer que seja, quem votou e apoiou Bolsonaro – está minimizando o risco que está correndo e está fazendo uma opção muito perigosa. A elite brasileira está dando um salto no escuro. Quer dizer, na verdade não está dando um salto no escuro, porque sabe o que está fazendo e está fazendo bobagem. Estamos aceitando a direita brasileira, o centro brasileiro está aceitando ser liderado por um cara que é um obscurantista, um retrógrado, um apologista da violência, um cara que apoia o golpe de Estado e tem saudade do regime militar.

Covardia inadmissível de Fernando Henrique
Essa direita brasileira, o centro incluído, criou um fantasma e foi gerando um temor desproporcional e descabido ao PT, como se nós estivéssemos de volta à Guerra Fria e o PT fosse uma ameaça comunista, totalitária, o que não é. Não há nenhum elemento, nenhuma informação objetiva que permita chegar a essa conclusão. O PT cometeu erros, cometeu erros sérios, mas eles são fichinhas se comparados ao que o Bolsonaro ameaça fazer e diz que vai fazer e cresceu fazendo. Uma parte do centro está se dizendo diante de uma escolha de Sofia e não está. Só tem um lado que não pode ser escolhido em hipótese alguma e as pessoas estão minimizando isso. Me deu arrepio ver que o Fernando Henrique Cardoso se declarou neutro, isso é uma irresponsabilidade, isso é uma covardia inadmissível. Eu fui presidente do CEBRAP, eu sou herdeiro do Fernando Henrique, eu salvei o CEBRAP de fechar. Eu estou até emocionado [a voz de Limongi fica embargada]. Não é possível que ele não se lembre do que ele sofreu, do que ele passou e que ele minimize isso. E pior! Ele declarou, inicialmente, que seria contra o Bolsonaro e que votaria no PT, agora ele que resolveu usar o Twitter, ele, covardemente, cede à pressão popular. Um intelectual não pode fazer isso, um intelectual tem compromisso. O Fernando Henrique não pode fazer isso.

“Cria cuervos”
Eu salvei o CEBRAP que ele [FH] criou, ia fechar. E eu assumi a presidência para salvar. Sacrifiquei parte da minha carreira acadêmica, fiquei quatro anos lá sem fazer nada, a não ser administrar cozinha de um lugar pra agora ouvir que isso aí [Bolsonaro] não é nada?! Esse cara não envolve risco? Não é possível que não se tenha parâmetro de comparação entre um cara que é apologista de um regime militar, o regime que perseguiu o senhor Fernando Henrique Cardoso, certo? O Fernando Henrique foi parar no pau-de-arara. Um cara que declara ter ódio ao Rubens Paiva, tem uma verdadeira fixação em falar mal do Rubens Paiva, do Vladimir Herzog, acha que aquilo foi um acidente de trabalho, [assassinato de ambos na ditadura], acha que aquilo estava certo. Alguém pode em sã consciência dizer que existe comparação entre o risco que o PT representa e o risco que o senhor Bolsonaro representa? Quem acha que vai tourear esse cara está sendo de uma ingenuidade absurda. Nós já vimos esse filme várias vezes, esse é o famoso Cria Cuervos. Nós estamos aceitando como se não fosse um risco um cara que é apologista da violência da ditadura militar, um cara que votou o impeachment da Dilma elogiando o [Brilhante] Ustra.

Em jogo, a barbárie
Ninguém que critique o Bolsonaro está defendendo a Dilma ou necessariamente dizendo que PT é santo. É esse maniqueísmo que o centro e a direita brasileira aceitaram jogar e estão agora sendo vítimas dele sem perceber ou o que? Isso é uma insanidade que está acontecendo nesse país. Nós ainda temos chance de corrigir, mas só vai corrigir se gente como o Fernando Henrique Cardoso vier a público e falar como um intelectual e pensar na sua responsabilidade política. É um risco inacreditável que nós estamos correndo, uma irresponsabilidade que essas pessoas que começaram a nutrir um terror ao PT, um horror ao PT, vieram agora a público deixar escapar. Isso não tem cabimento! Isso não tem um termo de comparação. Uma tristeza ouvir a declaração do Xico Graziano dizendo que agora ia apoiar o Bolsonaro. Xico Graziano não tem memória? Não lembra o que aconteceu com ele quando ele se colocou contra, nas redes sociais, ao Bolsonaro dizendo que as eleições de 2014 estavam sendo fraudadas? Quando ele saiu a público, corajosamente, para dizer que aquilo era uma besteira ele foi trucidado nas redes sociais por esse grupo de trogloditas que está por trás do Bolsonaro. Não tem meia palavra com esse cara, ele é um troglodita. Isso tem que ser dito, não tem como minimizar isso. Em nome do quê? De um temor que o PT volte a fazer uma política macroeconômica e expansionista? Tudo bem, o PT cometeu erros e tem uma dificuldade de fazer autocrítica. Mas e o senhor Bolsonaro fez alguma autocrítica? Ou, por que que nós devemos acreditar no senhor Bolsonaro paz e amor? O que está em jogo é a barbárie.

Ódio cego ao PT
As pessoas estão sendo vítimas do monstro que criaram, da imagem que criaram. […] Depois de ser derrotado pela quarta vez pelo PT, ali o centro e a direita perderam a razão, saíram para o tudo ou nada. Mas se eu falo isso as pessoas vão minimizar dizendo “Ah, o cara é petista!” Eu quero falar: “Vamos pensar o que nós temos que fazer?”. Não é possível sequer ficar neutro diante deste cenário. Não é uma Escolha de Sofia, só tem um lado, o resto é defesa pra gente sobreviver. E isso eu tô falando digamos assim dos “velhos”: [José] Serra, Aloísio [Nunes], Fernando Henrique Cardoso, Xico Graziano [que saiu do PSDB para apoiar Bolsonaro]. Gente que não pode esquecer do que passou. Não pode se esquecer de Rubens Paiva, não pode se esquecer do [Vladimir] Herzog. Isso não pode ser minimizado. Não pode! Não tem como! Esse gênio que está saindo da garrafa, você não põe de volta. Vamos fazer um experimento mental e imaginar que o Haddad declarasse que o seu ministro da Economia será Marcos Lisboa. Cada um tem o [Paulo] Guedes que merece, certo? Então, por que o Fernando Haddad não poderia declarar que o seu ministro da Economia vai ser o Marcos Lisboa? O Marcos Lisboa hoje, por um acaso, é o patrão do Fernando Haddad porque o Fernando Haddad trabalha no Insper, então, ele tá lá dentro. O Marcos Lisboa já trabalhou para o PT, foi parte da equipe do PT. Por que a informação de que o Guedes trabalharia para o Bolsonaro dá mais garantia do que uma possibilidade do PT vir para o centro e ser pragmático.

Leia mais:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/10/politica/1539187153_593055.html?fbclid=IwAR3TfjIMOzBigiHmlOTYfehxfGfybkozQQV4Shc9vz3wLUZfYTwIOz4bT2g

“É na escola pública que se ganha ou se perde um país”

27 quarta-feira jul 2016

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António da Nóvoa, aprendizagem, compromisso social, conhecimento, direito ao ensino público de qualidade, elite brasileira, escola com partido, escola pública, escola sem partido, ex-reitor, formação dos professores, inovação no ensino, tecnologias, trabalho docente, Universidade de Lisboa

“É na escola pública que se ganha ou se perde um país”

Desde 1994, o português António da Nóvoa, 62, visita o Brasil pelo menos uma vez ao ano. Requisitado para palestras e aulas, este educador e ex-reitor da Universidade de Lisboa é, assim, um espectador privilegiado dos avanços e descompassos do sistema educacional brasileiro. Vê, por aqui, mudanças significativas, como a ampliação do orçamento dedicado à educação. “Mas a escola pública brasileira ainda é, de forma geral, um escândalo”, diz. “E é na escola pública que se ganha ou se perde um país”. Em 2006, Nóvoa liderou o processo de fusão da Universidade de Lisboa e da Escola Técnica de Portugal, abrindo a universidade ao país. A popularidade que alcançou na defesa pelo direito ao ensino público de qualidade fez dele o representante da esquerda portuguesa nas eleições presidenciais do início deste ano. Derrotado pelo candidato conservador, Nóvoa segue sua agenda de “ativista da educação”, como já foi batizado pela imprensa portuguesa. Dos exemplos bem-sucedidos de ensino que já conheceu pelo mundo, destaca os da Suécia e Finlândia. “São modelos fortes porque estamos falando de três ou quatro séculos de responsabilidade e compromisso com a escola. Não três ou quatro décadas”. Nesta entrevista à Muito, Nóvoa fala sobre inovação no ensino, elite brasileira e escola com partido.

O senhor costuma dizer que o problema da educação brasileira não está na escola. Onde está?
Há dois problemas centrais. O primeiro é uma falta de compromisso social e político com a educação de qualidade para todos. Os brasileiros já incorporaram a ideia de que a escola é importante e de que é preciso que as crianças a frequentem. Mas ainda não há um verdadeiro compromisso com essa ideia. Não falo apenas numa escola onde todas as crianças estejam, mas onde todas as crianças aprendam. Esse ainda é um compromisso frágil por parte das famílias, da sociedade e dos políticos. E há o segundo problema, a formação dos professores. No Brasil, os professores são formados com muita coisa teórica, muita coisa desconectada, e pouquíssimo foco no trabalho docente, na formação do professor como um profissional que terá uma atuação diária dentro de uma escola. Isso tem levado a professores com muitos compromissos – políticos, sociais, com o bem-estar social da criança -, mas com pouco compromisso com a aprendizagem, que deveria ser o foco.

Os profissionais da educação têm, de forma geral, uma atitude defensiva. O cientista está sempre trabalhando no desequilíbrio, no risco, no desconhecido. O professor está sempre numa fronteira conservadora, do ‘não risco’. Isso sempre foi assim. E é dramático. Os professores precisam perceber o que está acontecendo no mundo e, mais precisamente, perceber o que está acontecendo com as crianças. As crianças, hoje, pensam e ascendem ao conhecimento de forma diferente de nós. Pela primeira vez na história do mundo, as mudanças na escola não vão aparecer por conta de teorias pedagógicas, programas educativos ou leis. As mudanças vão aparecer porque as crianças estão exigindo dos professores que eles se adaptem a um mundo novo. Isso é totalmente revolucionário. A primeira revolução foi a invenção da escrita. A segunda, a invenção do livro. A terceira grande revolução está em curso. Em todas elas, o que mudou foi a forma de ascendermos ao conhecimento, de usarmos o cérebro e de aprendermos. Nós estamos num momento de virada na forma como se aprende. As novas gerações utilizam outras partes do cérebro, não fazem uma aprendizagem linear – às vezes, partem do mais complexo para depois alcançar o mais simples.

Leia mais:
http://atarde.uol.com.br/muito/noticias/1789023-e-na-escola-publica-que-se-ganha-ou-se-perde-um-pais

Preconceito a nordestinos e pobres ressurge no país, diz ministra

03 domingo abr 2016

Posted by auaguarani in Cultura, Educação, Educação Inclusiva, Educador, Formação, História, Preconceito, Profissão, Sociedade, Violência

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área social, classe média, diversidade cultural, elite brasileira, imigração, nordentinos, pobres, políticas públicas, preconceito, Programa um Milhão de Cisternas, região nordeste do Brasil

Preconceito a nordestinos e pobres ressurge no país, diz ministra

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou nesta quinta-feira que se preocupa com o “aspecto raivoso” que o debate político tem assumido neste momento de acirramento das discussões em torno do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“O que eu acho que é triste nessa conjuntura, para além da ameaça {a democracia, é que junto com isso está o ressurgindo das tumbas o preconceito contra o nordestino, contra o pobre”, afirmou Campello, em discurso na solenidade que marcou a ampliação do programa de instalação de cisternas no semiárido nordestino.

Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1756047-preconceito-a-nordestinos-e-pobres-ressurge-no-pais-diz-ministra.shtml

Gás lacrimogêneo no cerrado

19 sexta-feira fev 2016

Posted by auaguarani in Ambiente escolar, Cultura, ECA, Educação, Educação Inclusiva, Educador, Formação, História, Profissão, Saúde, Sociedade, Violência

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abuso de autoridade, alemanha, banditismo, corrupção, ECA, elite brasileira, ensino público, Finlândia, gás lacrimogêneo, Goiás, merenda escolar, neoliberalismo, ONU, organizações sociais, OSs, Paraná, polícia militar, preconceitos, privatização, PSDB, são paulo, terceirizar escolas, violência

Gás lacrimogêneo no cerrado

por VLADIMIR SAFATLE

Anos atrás, o discurso neoliberal padrão no Brasil afirmava que o Estado deveria deixar de intervir em áreas que não lhe diriam respeito para cuidar apenas daquilo que seria sua vocação natural, a saber, serviços como educação e saúde. Nessa toada, foram privatizados os serviços de transporte, de energia, de telefonia, entre tantos outros.

Os anos passaram e, claro, o discurso também passou. Agora, trata-se de afirmar que quanto mais pudermos tirar a educação e a saúde das mãos do Estado, melhor.

Gerir educação pública significa ter de debater a todo momento diretrizes com professores, ser cobrado pelas decisões equivocadas, ter de financiar um sistema universal e gratuito. Mas simplesmente privatizar escolas era uma operação de alto custo político.

Como explicar que, a despeito dos modelos de privatização branca, os melhores sistemas do mundo são radicalmente públicos?

Alguém poderia descobrir que países como a Finlândia, que aparece normalmente como o primeiro nos processos de avaliação de resultados, tem um sistema totalmente público, subsidiado pelo Estado, radicalmente inclusivo, igualitário, com altos salários para professores e com escolas próximas de seus alunos.

Ele não é muito diferente do que podemos encontrar em países de sólida formação educacional, como a França e a Alemanha.

Inventou-se, assim, as chamadas Organizações Sociais. A princípio, elas foram vendidas como estruturas capazes de dar mais agilidade à gestão, escapando dos entraves criados para entidades públicas. Começaram na área da saúde e agora estão sendo “testadas” na área da educação, a começar pelo Estado de Goiás.

O roteiro nós já conhecemos. O Estado irá terceirizar escolas que já têm boa infraestrutura e qualidade razoável de ensino. Algumas organizações investirão nessas escolas a fim de dar a impressão, à opinião pública, de que o modelo é um sucesso.

Quando a sociedade civil se der conta, ela terá um serviço generalizado com professores precarizados, que podem ser facilmente substituídos e submetidos a planos decididos por burocratas. Os mesmos burocratas que há décadas mudam os rumos da educação brasileira com seus projetos que nunca alcançam bons resultados educacionais. Suas escolas terão taxas de toda natureza e serão dirigidas por entidades que perseguem metas vazias e avaliações que nada dizem respeito a um verdadeiro projeto pedagógico.

Como se não bastasse, o plano goiano prevê ainda que a gestão de 24 escolas seja entregue à Polícia Militar, que será responsável por gestão, segurança e disciplina.

Vejam que interessante: uma instituição cuja extinção já foi recomendada pela ONU por sua ineficiência e violência, que forma policiais objetos da desconfiança de 64% da população brasileira por suas ações eivadas de preconceitos e banditismo, em suma, a Polícia Militar que some Amarildos será responsável pela gestão da escola do seu filho. Difícil conceber ideia mais absurda.

Em qualquer lugar minimamente sensato do mundo, mudanças dessa natureza seriam objeto de longas discussões com alunos, professores e pais. No Brasil, e em especial nos Estados governados pelo tucanato (Paraná, São Paulo, Goiás), decisões educacionais são impostas, inventa-se diálogos que nunca ocorreram, joga-se gás lacrimogêneo contra estudantes, prende-se professores que protestam.

Este é um país no qual a elite, que deveria ser taxada de maneira pesada para capitalizar o Estado e permiti-lo oferecer a seus cidadãos ensino público de qualidade, governa servindo-se de uma classe política corrompida (Goiás que o diga) e procurando de todas as maneiras livrar-se de obrigações de solidariedade social.

Já vimos em São Paulo como políticas dessa natureza escondem um fato bruto simples: o Estado tem gastado menos com educação. Talvez porque tenha outras prioridades mais importantes, como a sobrevivência financeira do partido no poder.

Quando comecei a dar aulas, há quase 30 anos, meu primeiro emprego foi como professor substituto na Escola José Carlos de Almeida, em Goiânia. Era uma dessas antigas grandes escolas construídas em um espaço nobre da cidade, ao lado de uma escola privada.

Ela tinha tudo para se impor como escola modelo. No ano passado, depois de ficar um ano fechada e esquecida, a instituição foi ocupada por alunos que se cansaram de nunca serem ouvidos sobre seu próprio destino.

Talvez essa escola expresse de maneira quase pedagógica o destino e descaso da educação nacional. Não por acaso, essa história começou a mudar quando a população começou a dizer “não”.

Leia mais:
http://acasadevidro.com/2016/02/19/educacao-nao-e-mercadoria-goias-em-luta-contra-a-privatizacao-e-militarizacao-do-ensino-publico-por-guilherme-boulos-vladimir-safatle-diane-valdez/

Humilhar e ignorar professor pode. Sufocar e ferir não

11 segunda-feira maio 2015

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brasil, classe média, democracia, educação, educadores, elite brasileira, repressão, salários, violência

Humilhar e ignorar professor pode. Sufocar e ferir não

O que se pode infligir a um educador sem causar indignação aponta o tamanho do buraco da educação pública no Brasil

Eliane Brum – El País

…Há, porém, uma elite intelectual e uma classe média com outra origem, de quem se poderia esperar uma visão menos estúpida. O que muitos pais não percebem é que a escola privada, como gueto de iguais, é um reprodutor de privilégios, mas também é um reprodutor de ignorâncias. E também um reprodutor de pobrezas não materiais. Num exemplo bem corriqueiro, em algum momento talvez os pais possam perceber que adolescentes que já andaram bastante pelo mundo em viagens protegidas mas nunca pegaram um metrô em São Paulo ou um ônibus de linha em qualquer lugar podem ter alguma dificuldade em lidar com a vida como ela é. Porque a vida como ela é chega para todos em algum momento e em alguma medida. E podem, principalmente, ter perdido um universo de experiências criadoras e criativas não apenas por serem incapazes de cruzar as pontes, mas por nem mesmo desconfiar que é importante cruzá-las…

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/11/opinion/1431351138_436101.html

Minidocumentário revela que ditadura criou campos de concentração indígenas

14 sábado mar 2015

Posted by auaguarani in Cultura, Ditadura cívico-militar brasileira, Educação, Educador, História, Mundo, Povos indígenas, Preconceito, Sociedade, Violência

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campos de concentração, ditadura cívico-militar brasileira, elite brasileira, funai, povos indígenas, território indígena, tortura, trabalho escravo

Minidocumentário revela que ditadura criou campos de concentração indígenas

Reportagem de André Campos mostra que índios foram submetidos a trabalhos forçados e torturas

De 1969 até meados da década de 1970, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios considerados “infratores”. Para lá foram levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por policiais militares sobre os quais recaem diversas denúncias de torturas, trabalho escravo, desaparecimentos e intensa repressão cultural. Os presos incluíam até mesmo indivíduos que lutavam contra a invasão de áreas hoje oficialmente reconhecidas como território indígena.

Leia mais:
http://vladimirherzog.org/minidocumentario-revela-que-ditadura-criou-campos-de-concentracao-indigenas/

10 raras fotografias de escravos brasileiros feitas 150 anos atrás

11 domingo jan 2015

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10 raras fotografias de escravos brasileiros feitas 150 anos atrás

Esta publicação é uma pérola, verdadeira uma raridade, creio que todos os brasileiros deveriam ter conhecimento disso. Quando estudamos a escravidão no ambiente escolar não estamos habituados a ver imagens reais de escravos do Brasil. A fotografia é um elemento que aproxima o leitor da realidade, e por conta disso, é muito importante estabelecer este tipo de contato na hora de aprender sobre algum tema.

Uma vez que o Imperador Pedro II era um entusiasta da fotografia, o Brasil se tornou um ambiente favorável à prática da fotografia muito cedo. Durante a segunda metade do século XIX diversos fotógrafos, alguns patrocinados pela Coroa, fizeram valiosos registros da realidade vivida no país.

Leia mais:
http://www.historiailustrada.com.br/2014/04/raras-fotografias-escravos-brasileiros.html#.VLKO83vR9Q4

Brasil, viagem literária à origem do horror da Operação Condor

14 domingo dez 2014

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DITADURA CÍVICO-MILITAR BRASILEIRA
Brasil, viagem literária à origem do horror da Operação Condor

O romance ‘O Punho e a Renda’, do escritor brasileiro Edgard Telles Ribeiro, reconstrói a gestação das autocracias criadas na América do Sul nos anos de 1960 e 1970

Repressão além das fronteiras: a aliança repressiva no Cone Sul

As lembranças carregadas de indignação e dor chegaram a galope para Edgard Telles Ribeiro naquele dia de 2008, quando sua filha Adriana, de 21 anos, lhe perguntou: “Por que você nunca falou sobre os anos de repressão no Brasil aqui em casa?”.

Silêncio. Desconforto.

Telles Ribeiro nunca tinha falado desse passado trágico que conhecia tão bem, não só em seu país mas também em toda a América do Sul. Ele começou sua vida profissional como diplomata, em 1966, dois anos depois do golpe militar brasileiro que instalaria uma ditadura até 1985 e que inauguraria um dos capítulos mais dramáticos da história latino-americana recente: as seis ditaduras do Cone Sul que viriam a entrar para a história como Operação Condor (Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e Argentina).

Uma manobra orquestrada pela CIA para controlar a região, em aliança com a direita e com os militares desses países, que coordenavam ações para reprimir os opositores. O resultado: milhares de pessoas mortas, desaparecidas, torturadas, presas e reprimidas de todas as maneiras, além de uma desestabilização social e a implantação de um sistema de corrupção e impunidade que ainda sobrevive.

Depois do Brasil, caíram sob o controle militar como um castelo de cartas o Uruguai, o Chile e a Argentina. Edgard Telles Ribeiro

Leia mais:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/12/politica/1418404400_250998.html

O relatório sobre a ditadura em três histórias

14 domingo dez 2014

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Ditadura cívico-militar no Brasil
Comissão da Verdade

O relatório sobre a ditadura em três histórias
Uma mulher que passou décadas sem saber se o marido estava morto; dois sobrinhos que reconstruíram os últimos dias do tio e uma jornalista que ainda enfrenta pesadelos pela tortura. Três relatos resumem o horror retratado pela CNV nesta semana

“Por 34 anos eu não soube se meu marido estava vivo ou morto”
Apenas em 2004 Ilda Martins da Silva teve certeza de que seu marido havia sucumbido após ser torturado por militares em 1969

“A pesquisa sobre o meu tio morto me reconectou com a família”
Os sobrinhos de Raul Amaro conseguiram provar após 40 anos a causa real da morte do tio: assassinato causado pelas torturas praticadas pelos militares

“Os militares diziam que a tortura não passa nunca. Tinham razão.”
Rose Nogueira, presa 33 dias após dar à luz seu filho, foi torturada psicologicamente e abusada. Ela ainda guarda as marcas do período

Leia mais em El País Brasil

CNV chancela versão de que a Folha emprestou carros para a ditadura

10 quarta-feira dez 2014

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AI-5, ditadura cívico-militar, elite brasileira, Folha S.Paulo, tortura

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CNV chancela versão de que a Folha emprestou carros para a ditadura

Em relatório, Comissão da Verdade referenda estudo segundo a qual o apoio do jornal ao golpe não foi apenas financeiro e ideológico, mas também material

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade chancela a versão de que o Grupo Folha, dono do jornal Folha de S.Paulo, deu não apenas apoio financeiro e ideológico ao golpe de 1964, mas apoio material à repressão contra os opositores da ditadura, com o fornecimento de veículos para a Operação Bandeirante, a Oban, um centro de investigações do Exército que combatia as organizações de esquerda.

Em texto a respeito da colaboração de civis com o regime, elaborado por 11 pesquisadores do grupo de trabalho sobre o Estado Ditatorial-Militar, a CNV cita o livro Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988, resultado da tese de doutorado da pesquisadora Beatriz Kushnir. Na página 320, o texto cita diversos grupos empresariais que colaboraram com a Oban, entre eles o Folha, e também a pesquisa de Kushnir, que “constatou a presença ativa do Grupo Folha no apoio à Oban, seja no apoio editorial explícito no noticiário do jornal Folha da Tarde, seja no uso de caminhonetes da Folha para o cerco e a captura de opositores do regime”.

http://www.cartacapital.com.br/blogs/midiatico/cnv-chancela-versao-de-que-a-folha-emprestou-carros-para-a-ditadura-3323.html?utm_content=buffer30900&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

Crianças. Torturadas. De várias maneiras.

10 quarta-feira dez 2014

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Aos que defendem a volta da ditadura

Eles eram 400 nas ruas de São Paulo, no primeiro sábado de dezembro, pedindo intervenção militar. Quatrocentos não é pouco. Um é muito

Quando escuto brasileiros fazendo manifestação pela volta da ditadura, penso que eles não podem saber o que estão dizendo. Quem sabe, não diz. Mas esse primeiro pensamento é uma mistura de arrogância e de ingenuidade. O mais provável é que uma parte significativa desses homens e mulheres que têm se manifestado nas ruas desde o final das eleições, orgulhosos de sua falta de pudor, peçam a volta dos militares ao poder exatamente porque sabem o que dizem. Mas talvez seja preciso manter não a arrogância, mas a ingenuidade de acreditar que não sabem, porque quem sabe não diria, não poderia dizer. Não seria capaz, não ousaria. É para estes, os que desconhecem o seu dizer, estes, que talvez nem existam, que amplio aqui a voz das crianças torturadas, de várias maneiras, pela ditadura.

Crianças. Torturadas. De várias maneiras.

Como Ernesto Carlos Dias do Nascimento. Ele tinha dois anos e três meses. Foi considerado terrorista, “Elemento Menor Subversivo”, banido do país por decreto presidencial. Foi preso em 18 de maio de 1970, em São Paulo, com sua mãe, Jovelina Tonello do Nascimento. O pai, Manoel Dias do Nascimento, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização comandada por Carlos Lamarca, havia sido preso horas antes. Ernesto é quem conta:

“Me levaram diversas vezes às sessões de tortura para ver meu pai preso no pau de arara. Para o fazerem falar, simulavam me torturar, com uma corda, na sala ao lado, separados apenas por um biombo”.

O menino de dois anos dizia: “Não pode bater no papai. Não pode”.

E batiam.

Leia na íntegra:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/08/opinion/1418042130_286849.html

Perto do parto, o líquido amniótico descia pelas minhas pernas e as baratas me atacavam em bandos. Eu gritava na cela”

“Torturado por agentes da repressão ainda bebê, ele nunca se libertou do pavor. Suicidou-se aos 40 anos”

“Testemunhei o assassinato do meu pai. Não posso nem quero esquecer, porque a única lembrança que tenho dele é a da sua morte”

“E houve as crianças que não nasceram, porque suas mães abortaram durante a tortura

“As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim”

10 quarta-feira dez 2014

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comissão nac, ditadura militar, elite brasileira, militares

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Dilma Rousseff | Presidenta do Brasil
“As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim”
Presa e torturada por três anos, Dilma é uma sobrevivente dos anos de chumbo no país

“Provamos que a tortura foi uma política de Estado durante a ditadura”

Os três últimos presidentes do Brasil foram, de alguma maneira, perseguidos pelo regime militar. De todos, Dilma Rousseff, a atual presidenta, foi a única torturada. Lula foi preso e Fernando Henrique Cardoso exilado. Já Dilma carrega as marcas dos anos de repressão no rosto até hoje. “Uma das coisas que me aconteceu naquela época é que meu dente começou a cair e só foi derrubado posteriormente pela Oban (Operação Bandeirante, centro de investigações montado pelo Exército no final da década de 60)”, contou a presidenta em 2001, para a Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura (CEIVT). “Minha arcada girou para outro lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte do dente”.

Para a dor nos dentes, Dilma Vana Rousseff contou que tomava Novalgina em gotas. Para a cicatriz, não houve remédio. Em maio de 2008, quando ainda era ministra da Casa Civil, Dilma talvez tenha falado pela primeira vez em público sobre a sua dor. Respondeu a uma provocação do senador José Agripino Maia (DEM), que perguntou, na comissão de Infraestrutura do Senado: “a senhora mentiu na ditadura, mentirá aqui?”. “Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira”, disse. “Eu tinha 19 anos, fiquei três anos na cadeia e fui barbaramente torturada, senador. E qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores compromete a vida dos seus iguais”.

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/10/politica/1418211333_054839.html

Brasil reescreve a sua história ao revelar detalhes da ditadura militar

10 quarta-feira dez 2014

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comissão da verdade, ditadura brasileira, elite brasileira, militares

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Brasil reescreve a sua história ao revelar detalhes da ditadura militar
Dilma Rousseff chora ao receber o relatório final da Comissão Nacional da Verdade

DOWNLOAD Veja o relatório final da Comissão Nacional da Verdade

Aos que defendem a volta da ditadura, por ELIANE BRUM

O Brasil reescreve sua história mais recente e mais amarga e estabelece para sempre um compêndio oficial do qual ninguém poderá prescindir a partir de agora. A Comissão Nacional da Verdade divulgou nesta quarta-feira, Dia Internacional dos Direitos Humanos, três décadas após o fim da ditadura militar, seu relatório final. Arrola pela primeira vez os nomes dos 377 agentes do Estado, pelo menos 190 deles ainda vivos, acusados de crimes contra os direitos humanos no período, para os quais pede punição – ou seja, que para eles não valha a Lei da Anistia, de 1979.

A comissão não tem caráter deliberativo e o fim da Anistia é um objetivo considerado difícil de alcançar na corte máxima de Justiça, mas, para além das recomendações concretas, o volume de informações sobre as mortes de 434 vítimas e depoimentos tem voltagem suficiente para provocar mal-estar nas Forças Armadas e em setores civis coniventes com as violações à época.

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/10/politica/1418212909_598291.html

Veja a lista dos 377 apontados como responsáveis por crimes na ditadura brasileira

10 quarta-feira dez 2014

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Veja a lista dos 377 apontados como responsáveis por crimes na ditadura

Relação aparece no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.
Comissão recomenda responsabilização civil e criminal dos relacionados.

Veja abaixo a lista dos 377 nomes de agentes do Estado apontados no relatório final da Comissão Nacional da Verdade como responsáveis por crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), de acordo com a categoria de responsabilidade e conforme a ordem em que foram listados no documento:

http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/veja-lista-dos-377-apontados-como-responsaveis-por-crimes-na-ditadura.html

As empregadas domésticas e a escravidão

15 sábado nov 2014

Posted by auaguarani in Afrodescendentes e africanos no Brasil, Cultura, ECA, Educação, Educação Inclusiva, História, Preconceito, Sociedade, Violência

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direitos trabalhistas, elite brasileira, empregada doméstica, preconceito, racismo

As empregadas domésticas e a escravidão

Em todas as situações desconfortáveis, se ousamos estranhar, recebemos a resposta de que as domésticas são pessoas da família. É o que se pode chamar de uma opressão disfarçada em laços afetivos. A ex-escrava é considerada como um bem amoroso, íntimo, mas que por ser da casa come na cozinha e se deita entre as galinhas do quintal. O que, afinal, é mais limpo que se deitar com os porcos no chiqueiro

Redação Pragmatismo – Urariano Mota

Por caminhos tortos, Joaquim Nabuco teve uma das suas iluminações quando escreveu: “A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”. Sim, por caminhos tortos, porque depois de uma frase tão magnífica, de gênio do futuro, Joaquim Nabuco sem pausa continuou, num encanto que esconde a crueldade:

“Ela (a escravidão) espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor…”.

Penso na primeira frase de Nabuco, a da escravidão como característica do Brasil, depois que o Congresso deu um primeiro passo para a superação da herança maldita. Não quero falar aqui sobre as conquistas legais para as empregadas domésticas, da nova lei sobre a qual os jornais tanto falaram como um aviso: “patroas, cuidado, domésticas agora têm direitos”. Falo e penso nas empregadas que vi e tenho visto no Recife e em São Paulo.

Leia mais:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/11/empregadas-domesticas-e-escravidao.html#

Uma princesa de cabelo black power luta contra o racismo

08 quinta-feira maio 2014

Posted by auaguarani in Afrodescendentes e africanos no Brasil, Bullying, Cultura, Preconceito, Sociedade

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cabelo black power, elite brasileira, racismo

Uma princesa de cabelo black power luta contra o racismo

“Caro Fausto Silva, nosso cabelo não é vassoura. Não é bombril. Não é ruim nem o secamos numa ventania”, Tati Braga.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/redesocial/2014/05/1449716-uma-princesa-de-cabelo-black-power-luta-contra-o-racismo.shtml

 

“A escola pública é tão mal considerada quanto Valeska e o funk”

10 quinta-feira abr 2014

Posted by auaguarani in Ambiente escolar, Bullying, Cultura, Educação, Inovação, Preconceito, Profissão, Sociedade, Tecnologias

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elite brasileira, escola pública, funk, mídia brasileira, papel social, preconceito, professor, Valeska Popozuda

Blog Socialista Morena, Cynara menezes

Kubitscheck, o provocador: “a escola pública é tão mal considerada quanto Valeska e o funk”

Depois de passar a terça-feira inteirinha dando entrevistas (até perdeu a conta de quantas deu), Antonio Kubitschek decidiu desligar o telefone. Era aniversário da mulher e ele, que nem Facebook tem, decidiu desconectar para se dedicar à família. O professor de filosofia do Centro de Ensino Médio 3, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, vive os seus dias de celebridade desde que uma prova sua causou furor nas redes sociais: nela, a funkeira Valesca Popozuda aparece como “pensadora contemporânea”.

Choveram, é claro, ataques ao professor e ao colégio do governo distrital onde ensina. Um blogueiro da direita raivosa chegou a decretar o fim da escola pública: “morreu, foi para o ralo. Virou lixo”, espumou. Mas aí veio a explicação de Kubitschek. O professor fizera a questão justamente para provocar o quiproquó que causou. Sua intenção era mostrar de que tipo de carniça se alimentam os urubus da mídia. E eles caíram feito patinhos.

A própria Valesca, bem mais inteligente do que a blogueirada reaça, percebeu de cara a intenção de Kubitschek. “E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia?”, publicou a cantora em seu Face, atribuindo o escândalo a preconceito com o gênero musical. E ainda tirou onda: “Diva, Diva sambista, Lacradora, essas coisas, eu já estou pronta, mas PENSADORA CONTEMPORÂNEA ainda não (mas prometo que vou trabalhar isso)”, escreveu. “Vou ali ler um Machado de Assis e ir treinando pra quem sabe um dia conseguir ser uma pensadora de elite!” Beijinho no ombro.

Link da entrevista:
http://socialistamorena.cartacapital.com.br/kubitschek-o-provocador-a-escola-publica-e-tao-mal-considerada-quanto-valesca-e-o-funk/

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