A herança envenenada do livro escrito por Hitler
França se divide ante a possibilidade de voltar a editar e vender ‘Mein Kampf’ nas livrarias
A popularidade do mal
A partir de 1º de janeiro de 2016, Mein Kampf se tornará de domínio público, por ser o ano seguinte aos 70 anos da morte de seu conhecidíssimo autor, como estipula a legislação vigente. A partir de então, qualquer editora poderá fazê-lo chegar de novo às livrarias. Na Alemanha, o land da Baviera, proprietário até agora dos direitos intelectuais sobre a obra que foi o principal instrumento de propaganda do Terceiro Reich, autorizou pela primeira vez uma nova edição científica do volume, que terá 2.000 páginas e será vendido a 59 euros (235 reais) a partir do início de janeiro.
Na França, entretanto, a eventual reedição do livro provoca uma amarga polêmica. A editora Fayard acaba de anunciar uma edição parecida com a alemã para 2018, o que semeou o pânico entre políticos e historiadores, divididos em dois grupos irreconciliáveis. Os refratários ao projeto são encabeçados pelo político antiliberal Jean-Luc Mélenchon, ex-líder de correntes da Frente de Esquerda, que vive o paradoxo de compartilhar a mesma editora com Mein Kampf. “Quem precisa lê-lo? Que utilidade pode ter conhecer ainda mais os delírios criminosos que contém?”, declarou em uma carta aberta à sua editora.
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