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Como a Teoria dos Jogos explica o comportamento dos delatores da Lava Jato
Modelo matemático que tenta prever como pessoas envolvidas num mesmo contexto tomam decisões serve de base para romper lealdade entre criminosos
A Operação Lava Jato deve à matemática parte de seu sucesso. A delação premiada, que entregou ao poder público um volume de informações sobre crimes que ele seria incapaz de apurar, se apoia em uma ferramenta que explica como pessoas que interagem entre si tomam decisões a partir de conjuntos de incentivos, a chamada Teoria dos Jogos.
Essa teoria é utilizada no mundo real para orientar agentes do mercado financeiro, informar decisões de lances em leilões ou nortear estratégias de marketing. No campo penal, ajuda a modelar como o poder público deve oferecer benefícios para criminosos em troca da obtenção de informações que lhe sejam úteis.
O Dilema do Prisioneiro
A tese está resumida no jogo chamado de Dilema do Prisioneiro. Em uma de suas versões, duas pessoas são presas pelo mesmo crime e a polícia tem provas para mantê-las detidas por dois anos, mas pode aumentar as penas caso consiga fazer com que eles revelem todas as informações que possuem. Os presos não podem se comunicar e são informados, separadamente, que podem ter sua pena reduzida se revelarem novos detalhes sobre o esquema e o comparsa.
O raciocínio possível de cada um dos detidos, segundo a Teoria dos Jogos, inclui as seguintes estratégias possíveis:
- ficar calado e cumprir a pena de 2 ano s à qual já se encontra condenado, caso o comparsa fique calado também
- confessar todo o crime entregando o comparsa e cumprir apenas 1 ano
- ficar calado e ter que cumprir 4 anos de pena no caso de delação pelo comparsa