As mulheres negras são vítimas de racismo em inúmeras situações. Comentários, frases e palavras revestidas de aparente normalidade, que carregam e fortalecem o preconceito e o racismo dissimulado. #pareceelogiomaseracismo
Foto fornecida pelo Museu de História Natural de Londres mostra o rosto do chamado “Homem de Cheddar”. LONDON NATURAL HISTORY MUSEUM / EFE
EVOLUÇÃO HUMANA
Um britânico negro de 10.000 anos atrás
Após análise de genoma, pesquisadores afirmam que ‘homem de Cheddar’ tinha pele “de escura a negra”
Os primeiros britânicos eram negros, tinham cabelos crespos e olhos azuis. A surpreendente afirmação tem o aval de uma equipe de cientistas que analisaram o genoma de um esqueleto humano de 10.000 anos e reconstruíram seu rosto com ajuda da tecnologia. O resultado obtido revela que a pigmentação de sua pele era “de escura a negra” e não do tom mais claro – leitoso, segundo o tópico – que hoje caracteriza seus descendentes.
O objeto do estudo de um grupo de especialistas do University College de Londres (UCL) e do Museu de História Natural é o conhecido homem de Cheddar, encontrado no início do século passado no sudoeste da Inglaterra, o mais antigo esqueleto humano completo descoberto nas ilhas britânicas e uma das peças mais valiosas do acervo do museu. Segundo os responsáveis, a reconstituição de seus traços físicos foi possível graças a “um golpe de sorte”: a localização de restos de DNA no crânio do homem do Mesolítico.
“Criança negra sofre racismo todo dia na escola”, diz MC Soffia, 11
Desde pequena, a menina de nome extenso e pernas compridas vai a passeatas, palestras e eventos contra o racismo. Criada em uma família formada por mulheres negras e militantes, ela aprendeu a ter orgulho da cabeleira “que não é dura, é crespa”. Prestes a completar 12 anos, Soffia Gomes da Rocha Gregório Corrêa, a MC Soffia, declama sobre a beleza da negritude, as brincadeiras da infância, e, sobretudo, se aceitar do jeito que se é.
Ao UOL, na casa da avó materna no centro de São Paulo, no começo de fevereiro, a revelação do hip hop paulistano afirma que sofre e fica indignada quando lê sobre casos de pessoas famosas agredidas por comentários racistas na internet, a exemplo da jornalista Maria Júlia Coutinho e da atriz Taís Araújo. Porém ela lembra que o racismo é uma presença persistente no cotidiano das pessoas comuns:
“Tem criança negra que sofre racismo todo dia na escola, e isso a televisão não mostra. Tem criança que fica com trauma, trancada em casa, não quer sair na rua”, afirma.
Quando eu era menor já falaram do meu cabelo, já falaram da minha cor. Eu não gosto de ficar lembrando. Eu sempre digo que meu cabelo não é duro, e sim o preconceito das pessoas.