Tags
aborto, abuso sexual, Agenda Preta, amigos, direitos reprodutivos, dom José Cardoso Sobrinho, estupro, familiares, gestação indesejada, gravidez, igreja católica, machismo, médico obstetra, mulher, Olímpio Moraes, padrasto, preconceito, religião, retrocesso
O médico excomungado por aborto de menina de 9 anos vítima de estupro
Este texto foi publicado originalmente no dia 19 de fevereiro de 2016, em cobertura sobre o debate de aborto em casos de microcefalia. O texto foi reorganizado para a publicação atual.
Em 30 anos como médico obstetra, o pernambucano Olímpio Moraes conhece como poucos a força do debate sobre direitos reprodutivos e aborto no Brasil. Ele foi excomungado duas vezes por representantes da Igreja Católica no Estado – uma delas apenas por apoiar a iniciativa disponibilizar pílulas do dia seguinte em postos de saúde no Carnaval do Recife. Na outra, por realizar o aborto em uma menina que ficou grávida após ser estuprada.
A polêmica que lhe trouxe fama na imprensa nacional ocorreu quando uma garota de nove anos do interior pernambucano foi encaminhada a Recife, grávida de gêmeos.
“Ela tinha menstruado uma vez só e não entendia o que estava acontecendo, embora fosse dito para ela o que era uma gravidez. Ela achava que estava doente e ia para o hospital tirar o tumor. Estava sempre com uma boneca”, relembra.
A gravidez da menina era produto do abuso sexual do padrasto. O caso atraiu a atenção da imprensa e também das autoridades religiosas locais.
“Eu nunca tive dúvidas de que aquilo era o correto a fazer. No caso dela se somavam duas indicações para o aborto legal. Além do estupro, havia o risco de morte. Era uma criança de 1,32 m grávida de gêmeos. Isso é uma gravidez de alto risco.”
Leia mais:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36402029?ocid=socialflow_facebook