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Carlos Heitor Cony, a rua e a memória

Escritor e jornalista morreu aos 91 anos no Rio. Carioca autor de 17 romances escreveu até o fim da vida

“Se eu morrer amanhã, não levarei saudade de Donald Trump. Também não levarei saudade da Operação Lava Jato nem do mensalão. Não levarei saudade dos programas do Ratinho, do Chaves, do Big Brother em geral. Não levarei nenhuma saudade do governador Pezão e do porteiro do meu prédio”, escreveu Carlos Heitor Cony em março deste ano na coluna que ocupava desde a década de 90 na página 2 da Folha de S. Paulo. O escritor e jornalista carioca fez seu epitáfio sob medida, irônico, não livre de controvérsia e em forma de crônica, para ser revisitado neste sábado, horas depois que a Academia Brasileira de Letras, do qual era membro desde 2000, anunciasse sua morte.

Cony tinha 91 anos e estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. A causa foi falência múltipla de órgãos. Segundo a Folha, desde os anos 2000 ele lutava contra um câncer linfático.

O escritor e jornalista nasceu no Rio em 14 de março de 1926. Passou pelos principais órgãos de imprensa do país. Começou a carreira em 1952 como redator do Jornal do Brasil e também passou pelo Correio da Manhã além da TV Manchete e da rádio CBN, função que também manteve até quase o fim da vida. “Meu privilégio foi dividir um quadro com ele na CNB discutindo temas do dia a dia. Durante 16 anos ele permitiu que tivéssemos a riqueza e a inteligência dele com um viés histórico”, disse à GloboNews o apresentador da CBN, Milton Young.

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https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/06/politica/1515250819_855783.html