Neste mini documentário, feito 6 meses depois da tragédia, a Pública mostra a negligência das empresas Vale, Samarco e BHP com as famílias que tiveram suas vidas destruídas e como elas sobrevivem após o acidente.
365 dias se passaram desde o rompimento da barragem do Fundão, e o filme continua atual: a população do Rio Doce ainda sofre com a lama tóxica e luta por justiça.
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O Lirinha, poeta e compositor, estava na Escola Nacional Florestan Fernandes quando a polícia de Geraldo Alckmin, em comunhão com Beto Richa, invadiu a escola a tiros.
Sumiço de cinco jovens completa duas semanas e mistério cresce em SP
Cinco jovens da zona leste da cidade de São Paulo, com idades entre 16 e 30 anos, um deles cadeirante, entraram animados num Santana 1987 com a intenção de participar de uma festa com garotas conhecidas em rede social.
O tempo estimado de viagem naquela noite de sexta era inferior a 30 minutos –partiram do Jardim Rodolfo Pirani e iriam para um sítio de Ribeirão Pires (Grande SP).
Misteriosamente, desapareceram no caminho. Duas semanas depois, esse sumiço intriga policiais, familiares e amigos, que saem às ruas à procura deles e de respostas.
O perfil das meninas com quem os jovens se encontrariam também desapareceu da internet. Não é mais certo nem que haveria a festa e que as garotas de fato existiam.
Entre as últimas mensagens enviadas pelo grupo, segundo familiares, está uma que menciona suposta abordagem policial. “Ei, acabo de tomar um enquadro ali. Os polícia está me esculachando [sic]”, disse Jonathan Moreira, 18, um dos desaparecidos, em áudio enviado a amigos.
Se fossem cinco filhos de ricos, filhos de deputados, a cidade estava parada. Tinha helicóptero procurando. Mas eles são pobres, da periferia e com passagem. Quem é que liga?”, pergunta a dona de casa, indignada.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) iniciou hoje uma marcha para lembrar o crime cometido pela Samarco (Vale/BHP Billinton) há um ano atrás.
A marcha deve acompanhar o curso do Rio Doce, do Espírito Santo até Mariana, onde a barragem se rompeu.
No estado são sete municípios atingidos, mas apenas quatro foram reconhecidos pela empresa. São eles: São Mateus, Jaguaré, Aracruz; e os reconhecidos são Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia.
Informações: MAB
#1AnoDeLamaELuta #1AnoDoDesastreEmMariana
ONU diz que resposta de empresas a tragédia de Mariana foi insuficiente
Barragem da mineradora Samarco se rompeu em 5 de novembro de 2015.
Relatores da ONU demonstram preocupação com comunidade afetada.
Um ano depois da tragédia de Mariana, em que o rompimento da barragem da mineradora Samarco lançou uma enxurrada de lama na região, a ONU divulgou um comunicado afirmando que as medidas tomadas por autoridades e empresas envolvidas “não correspondem à dimensão do desastre e às consequências socioambientais, econômicas e de saúde”.
O comunicado, assinado por especialistas em saneamento básico, direitos humanos, direitos de povos indígenas e saúde pública, destaca que cerca de 6 milhões de pessoas afetadas pela tragédia continuam sofrendo.
Polícia invade sem mandado judicial e atirando a Escola Florestan Fernandes, do MST, em SP
Na manhã desta sexta-feira (04) cerca de 10 viaturas das polícias civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo.
De acordo com os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, fecharam o portão da Escola e pularam a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas eram de borracha, e sim letais.
Neste momento a polícia está em frente à ENFF, recuaram e estão aguardando um mandado de prisão.
Segundo a liderança Gilmar Mauro, policiais usaram armas de fogo e apresentaram no celular um mandado para a prisão de uma mulher
A Polícia Civil de São Paulo invadiu na manhã desta sexta-feira 4 a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Guararema, no interior de São Paulo.
Um vídeo divulgado pelo MST, com imagens captadas por uma câmera do circuito interno de segurança da escola, mostra o momento da invasão.
Uma das lideranças do movimento, Gilmar Mauro estava no local no momento da chegada dos agentes. Segundo ele, dez viaturas da Polícia Civil chegaram à escola sem estarem acompanhadas de um oficial de Justiça. “Os policiais apresentaram em um celular um mandado de prisão de uma mulher, mas ela não se encontrava no local, era do Paraná.”
Responda e comente à vontade algumas das questões nacionais de suma importância para um exame de consciência
“SQN”, só que não, como diz essa gente jovem reunida. Não deixam de ser, todavia, questões nacionais de suma importância para um exame de consciência. Responda e comente à vontade nas redes sociais do EL PAÍS BRASIL. Vale tudo: colar, pescar, conferir no tio Google, xingar este cronista versado na pedagogia da Patafísica (vide na terceira pergunta deste questionário), só não vale deixar esta prova de Enem em branco. Chegou a hora desta gente bronzeada mostrar seu valor:
1) Que assunto mereceu mais consideração do ministro da Educação do governo Temer até o momento:
a ( ) O projeto “Escola sem partido”, pauta de audiência especial com o ator Alexandre Frota em Brasília.
b ( ) Ouvir e debater sobre o plano do ensino médio com os estudantes que ocupam escolas contra a PEC 241 em todo o país.
c ( ) O episódio dos alunos algemados e tratados como bandidos nas ocupações.
d ( ) NDA, nenhuma das anteriores.
2) Quais foram as técnicas de tortura recomendadas por um juiz de Brasília para minar a força dos estudantes nas ocupações das escolas:
a ( ) Cortes de água, luz, gás e privação de sono por meio de barulho produzido pela PM.
b) ( ) Um sarau apenas com poemas dos livros “Anônima Intimidade”, antologia do presidente Michel Temer, e “Marimbondos de Fogo”, obra do acadêmico imortal José Sarney.
c) ( ) Um bate-papo descontraído com Kim Kataguiri, líder do MBL, linha auxiliar do governo.
d) ( ) Todas as anteriores.
Conheça 22 milionários brasileiros nos Panama Papers
12 têm ou tiveram fortunas acima de R$ 1 bilhão
Pelo menos 22 empresas e famílias brasileiras estão nos arquivos dos Panama Papers por manterem relação com firmas abertas em paraísos fiscais.
Nesse seleto grupo há 12 citados que frequentam ou frequentaram listas de bilionários elaboradas pela mídia especializada.
Os empresários representam o maior grupo dentre os donos das cerca de 1.700 offshores abertas pela firma panamenha de advocacia e consultoria Mossack Fonseca para endereços de pessoas morando no Brasil.
O uso dessas estruturas é legítimo e garantido pela lei brasileira desde que a empresa e os bens controlados por ela sejam declarados à Receita Federal e tributados.
Instituição em Botafogo promete misturar tradição e inovação
Financiada pelo homem mais rico do país e inspirada nas melhores instituições de ensino do mundo, o colégio que funcionará no prédio da antiga Casa Daros começa a selecionar seus alunos
A escolha do colégio ideal para os filhos sempre acarreta dúvida e hesitação aos pais. É melhor apostar em uma instituição tradicional, que preze pelo rigor acadêmico e lidere o ranking dos exames de qualificação, ou outra com proposta mais alternativa, em que a criatividade seja a prioridade? E o que dizer das que oferecem currículo internacional, com a garantia de fluência em um segundo idioma e preparo para uma faculdade no exterior? A partir de 2017, os cariocas terão mais uma opção, que promete ser diferente de todas as anteriores sem, entretanto, abrir mão do que elas têm de melhor. Trata-se da Escola Eleva, sediada no prédio histórico onde funcionou a Casa Daros, que terá um padrão de excelência inédito no Rio. Com a ambição de reproduzir por aqui iniciativas bem-sucedidas de alguns dos melhores colégios do mundo, será adotado o regime de turno integral, das 8 às 16 horas. Bilíngue da educação fundamental ao ensino médio, a instituição propõe-se a formar alunos fluentes em inglês. Paralelamente à grade curricular tradicional, será oferecido um leque de vinte disciplinas eletivas para atender aos interesses individuais dos alunos. O financiamento da empreitada está a cargo do fundo Gera Venture Capital, que tem como principal investidor Jorge Paulo Lemann, dono de uma fortuna estimada em 30 bilhões de dólares, que o torna o homem mais rico do Brasil e o 19º do mundo. Tanto o fundo quanto a instituição de ensino não revelam valores, mas estima-se que os recursos consumidos são da ordem de 100 milhões de reais. “Apoio a criação de uma escola de referência por achar que melhorar a educação é essencial para termos um Brasil mais justo, pragmático e competitivo no futuro”, declarou Lemann a VEJA RIO. O burburinho em torno da escola é tamanho que 500 famílias já demonstraram interesse em matricular seus filhos ali. E o frisson deve aumentar a partir de 11 de abril, quando começam as inscrições formais para o processo seletivo no site da instituição.
Ensino Médio no Brasil e a privatização do público: o caso do Instituto Unibanco
Maria Raquel Caetano
Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul Riograndense
Resumo: Este artigo analisa as implicações do Programa Jovem de Futuro para a gestão da educação e das escolas de ensino médio no âmbito da parceria efetivada entre o público, representado pelo MEC, e o privado, pelo Instituto Unibanco, para efetivação do Programa nas redes estaduais de ensino. Parte do pressuposto de que a redefinição do papel do Estado ocorre como consequência da crise atual do capital e pelas estratégias de superação através das ações do Estado, fomentando reformas na educação no Brasil e no mundo. Dessa forma, analisaremos, neste artigo, como ocorre a privatização do público na proposta do Instituto Unibanco através do Programa Jovem de Futuro, abordando o conteúdo da proposta de gestão do programa
Conheça os bilionários convidados para “reformar” a educação brasileira de acordo com sua ideologia
Na primeira audiência pública feita no Congresso para debater a reforma do ensino médio, na terça-feira, dia 1º, as ocupações foram um dos temas abordados. Contudo, as falas de alguns parlamentares são o desenho perfeito da falta de compreensão das demandas feitas pelos estudantes.
Talvez, se eles tivessem mais voz nesse debate, não fosse tão difícil compreendê-los.
Em oposição à total surdez para com os estudantes, os parlamentares são todos ouvidos para outro grupo: os representantes de bilionários presidentes de fundações educacionais. Para as audiências públicas que estão por vir foram convidados sete representantes de fundações e institutos empresariais.
Mas, qual o problema em se ter bilionários na mesa de debate? A princípio, nenhum. Na prática, além do fato de que não existe almoço grátis, é necessário observar o tipo de educação que esses grupos vislumbram como o “padrão de qualidade” – lembrando que a própria existência de um “padrão de qualidade”, quando se fala sobre educação, já é algo bastante questionável.
…Os interesses que ficam por trás destes “partidos” nem sempre são facilmente notáveis. A filantropia pode ser usada para vários fins: o honesto desejo por um mundo melhor, a “lavagem de consciência”, o tráfico de influência, e até a lavagem de dinheiro. Além das óbvias isenções fiscais e imunidades tributárias concedidas às fundações por todas as suas benesses, há um ponto a mais quando se fala da ligação entre fundações educacionais e grandes empresas: a formação dos funcionários.
A média brasileira de gastos com treinamentos é de R$ 518 por funcionário. Seria ótimo se os donos de grandes empresas pudessem economizar esse dinheiro, que significa aproximadamente R$ 1,38 milhão anuais por empresa escoando das companhias com mais de 500 funcionários. Já para a Ambev, de Jorge Paulo Lemann — que também está à frente da Fundação Lemann — significaria uma economia de aproximadamente R$ 20 milhões ao ano, afinal são mais de 40 mil empregados. Se, ao menos, no ensino técnico ou médio já fossem ministrados alguns dos treinamentos necessários aos futuros empregados, empresários como Lemann não precisariam gastar tanto com RH.
Porque a eleição presidencial americana é numa terça-feira em novembro?
Em 1845, o Congresso dos EUA determinou que as eleições para presidente seriam realizadas na primeira terça-feira de novembro, depois da primeira segunda-feira.
Na época, os Estados Unidos eram predominantemente rurais. Os legisladores escolheram novembro porque já era depois da colheita, e os meses de primavera e verão estavam ocupados com as plantações.
Por que terça-feira? A maioria dos moradores rurais tinha que viajar uma grande distância até o distrito de votação, e a segunda-feira não foi considerada um bom dia, porque as pessoas teriam que pegar estrada no domingo. E isso atrapalharia os serviços religiosos de várias igrejas.
Por que a primeira terça depois da primeira segunda-feira? Dois motivos: em primeiro lugar, o 1o. de novembro é o Dia de Todos os Santos, um dia santo no calendário católico. Em segundo, a maioria dos comerciantes tinha o hábito de fechar as contas do mês anterior no dia primeiro. Os legisladores se preocuparam que o sucesso ou fracasso financeiro no mês anterior tivesse uma influência indevida na eleição.
Em resumo, esse calendário foi criado para acomodar as necessidades de trabalho, transporte e religião de fazendeiros homens e brancos (nem mulheres nem negros votavam).
E assim ficou e continua há 171 anos. O dia da eleição não é feriado, é um dia normal de semana. Em algumas zonas eleitorais, o cidadão americano pode passar atualmente entre três e cinco horas na fila para votar.
‘Estudantes querem política na escola e estão dizendo isso claramente’, diz professora
Docente do departamento de Educação da UFSCar, Maria Carla Corrochano fala ao ‘Nexo’ sobre o novo protagonismo do movimento de ocupação de colégios
O movimento de ocupação das escolas não pode ser mais caracterizado como um conjunto de manifestações isoladas. Nas semanas recentes o número de escolas ocupadas vem crescendo em todo país. Nos últimos dias, universidades passaram a ser palco do mesmo tipo de manifestação, como é o caso da Universidade Federal de Goiás e da Universidade de Brasília.
As ocupações que tiveram início em novembro de 2015, em São Paulo, em protesto contra uma política estadual, foram assumindo novas causas e mostram vitalidade como ferramenta de protesto e reivindicação. Em um cenário de desqualificação e disputa pelas arenas políticas, os estudantes secundaristas se colocam como protagonistas do debate sobre os rumos da educação pública no país. A reorganização escolar no primeiro momento em São Paulo e as propostas de emendas constitucionais sobre a reforma do ensino médio e sobre o teto de gastos para o governo federal, nacionalmente, estão no centro da agenda de reivindicações.
A experiência da democracia, o acesso a direitos sociais e a maior presença desses jovens na escola parecem elementos fundamentais para compreensão dos novos elementos desse protagonismo
‘Todos nós 5 milhões’: documentário pretende abordar o abandono paterno no Brasil
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, 5,5 milhões de crianças brasileiras matriculadas em escolas não têm o nome do pai em seus registros de nascimento. É daí que vem o nome do documentário Todos Nós 5 Milhões, que pretende discutir o tema do abandono paterno no Brasil.
A equipe de produção do filme vem trabalhando na pesquisa e planejamento do projeto há um ano e meio, e recentemente lançou uma campanha de financiamento coletivo para tirá-lo do papel. O Hypeness falou com Alexandre Mortágua, roteirista e diretor do documentário, para saber mais.
Esses cinco milhões e meio consideram só as crianças que estão na escola. Não contam as que não estão matriculadas, nem os adultos ou idosos que nunca conheceram seus pais
Estudantes protestam no Núcleo Educacional de Curitiba nesta terça. Albari Rosa Gazeta do Povo/Folhapress
Ocupações diminuem no Paraná mas aumentam em escolas de outros Estados
Inspirados pelos estudantes do Chile, secundaristas cogitam protestar nas ruas contra mudanças na educação
Os pinguins chilenos saíram das margens do Oceano Pacífico e chegaram ao Atlântico no ano passado. Deixam rastros pelo Brasil até hoje. A Revolução dos Pinguins, como foi chamado o maior movimento estudantil da história de Santiago do Chile, completou uma década este ano, e serviu de inspiração para as mobilizações em São Paulo no ano passado contra a reorganização escolar. A bandeira da defesa da educação pública dos pinguins voltou a ser evocada neste ano entre os estudantes de vários pontos do país, com a chegada da PEC dos gastos públicos que impõe um teto de investimentos, e a reforma do Ensino Médio.
A ocupação do Colégio Estadual Padre Jansen, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, é um dos filhotes dos pinguins chilenos, que foram batizados assim por causa dos uniformes tradicionais das escolas daquele país: camisa branca com calça, ou jumper (vestido que se usa sobre uma camisa) cinza e preto, lembrando as vestes da escola de Harry Potter. “Fomos ao Encontro Nacional de Educação, em Brasília, e conhecemos lá um estudante chileno que contou como foi a Revolução dos Pinguins”, conta Victória Pinton, 17, aluna do terceiro ano. A jovem foi ‘contagiada’ pelos pinguins. De volta ao Paraná, Victória e os colegas começaram a pensar em ocupar a escola por causa de um problema no fornecimento de merenda. “O problema acabou sendo resolvido, mas aí veio a medida provisória [que instituiu a Reforma do Ensino Médio], e decidimos ocupar”.
Professor alemão é impedido de dar aula em universidade por ser comunista
Kerem Schamberger foi impedido de dar aulas na Universidade Ludwig-Maximilian, em Munique, onde é aluno em doutorado, por ser dirigente do Partido Comunista da Alemanha. Caso chama atenção para o crescimento da extrema-direita conservadora no país.
Jovem de 30 anos, Kerem é graduado em Comunicação Social e aluno em doutorado na Universidade Ludwig-Maximilian (LMU), em Munique, e hoje foi impedido de dar aulas por simplesmente ser comunista.
A polêmica tem por base um decreto de 1972, que obriga todos os funcionários adstritos ao serviço público a passar por uma “averiguação do Estado para evitar radicalismos”. Segundo esta lei, todos os cidadãos, que pretendam trabalhar em funções públicas, e estejam filiados num partido político, necessitam de aprovação do serviço secreto alemão.
Ana Lucia Villela, a força por trás do Instituto Alana
Entrevista com uma das ativistas mais produtivas do país e referência internacional na luta pela proteção da infância
Em 1994, Ana Lucia Villela e seu irmão Alfredo descobriram que um enorme terreno que herdaram no Jardim Pantanal, na extrema zona leste de São Paulo, havia sido ocupado por milhares de famílias pobres. A solução mais óbvia para o problema seria chamar um advogado e pedir a reintegração de posse. Mas, então com 20 anos, Ana Lucia já não se pautava pelo óbvio. Ela e Alfredo enxergaram ali a possibilidade de concretizar um ainda vago desejo de empregar parte de sua riqueza em um projeto de transformação social. Nascia, assim, o Instituto Alana, ONG batizada a partir da junção dos nomes dos irmãos.
Manter ou ceder o controle? Como no caso do terreno do Jardim Pantanal, essa questão se colocou diversas vezes como uma bifurcação no caminho de Ana Lucia. Em geral, ela escolhe a trilha menos percorrida. Antes do Alana, o nome de Ana Lucia de Mattos Barretto Villela – 42 anos, reservada e avessa a entrevistas de cunho pessoal – sempre vinha acompanhado de apostos como “a mais jovem bilionária brasileira” ou “um dos maiores acionistas da holding Itaúsa” (ao lado do irmão Alfredo) – que controla o Itaú-Unibanco, a Duratex e outros empreendimentos. Bisneta do fundador do banco, Alfredo Egídio de Souza Aranha, Ana Lucia aparece na lista de bilionários da revista Forbes. Como uma das maiores acionistas da holding (com participações das famílias Setúbal e Moreira Salles), Ana Lucia poderia ter papel decisivo nos rumos do Itaú – com todo o poder econômico, político e simbólico que isso representa.
1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta
Desigualdade aumentou desde da crise de 2008 e chega ao ápice em 2015
2015 será lembrado como o primeiro ano da série histórica no qual a riqueza de 1% da população mundial alcançou a metade do valor total de ativos. Em outras palavras: 1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 760.000 dólares (2,96 milhões de reais), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população mundial. Essa enorme disparidade entre privilegiados e o resto da Humanidade, longe de diminuir, continua aumentando desde o início da Grande Recessão, em 2008. A estatística do Credit Suisse, uma das mais confiáveis, deixa somente uma leitura possível: os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres.
No Brasil, a renda média doméstica triplicou entre 2000 e 2014, aumentando de 8.000 dólares por adulto para 23.400, segundo o relatório. A desigualdade, no entanto, ainda persiste no país, que possui um padrão educativo desproporcional, e ainda a presença de um setor formal e outro informal da economia, aponta o relatório.
Aqui você encontra materiais pra lutar pelos seus direitos. Reunimos vídeos, textos, cartilhas, panfletos e outras coisas mais, pra você ter tudo na mão pra barrar o Golpe na Educação. Se você também tiver alguma coisa que pode ser útil, manda pra gente que subimos aqui!
OCUPA TUDO!
Orientações importantes para iniciar e manter uma ocupação. Dicas de organização, segurança, comunicação e mobilização.
MAPA DAS OCUPAÇÕES
Saiba quais escolas, institutos federais e universidades que estão ocupadas e também como você pode contribuir com as ocupas!
ENTENDA O GOLPE NA EDUCAÇÃO
Textos e vídeos que te ajudam a entender medidas do governo que atacam a educação – como a PEC 55 (antes PEC 241) e a Reforma do Ensino Médio
Um em cada cinco jovens na América Latina não estuda nem trabalha
A economia latino-americana viveu uma década dourada, mas os jovens não se beneficiaram tanto como se esperava
A economia latino-americana viveu uma década de ouro, que incorporou milhões de pessoas à classe média, que passou de 21% da sociedade para 35%. Mas os jovens dessa região não se beneficiaram tanto quanto era esperado. Agora além do mais estão em uma situação muito vulnerável por causa da crise que enfrenta essa área do planeta com a queda do preço das matérias-primas. São 32 milhões de jovens latino-americanos entre 15 e 29 anos, um em cada cinco, que não estudam nem trabalham, de acordo com o relatório Perspectivas Econômicas da América Latina, da OCDE.
A pobreza e a marginalização se alimentam especialmente com essa geração, de acordo com o relatório, publicado no contexto da 25ª Cúpula Ibero-americana em Cartagena de las Índias (Colômbia). Cerca de 64% dos jovens latino-americanos vivem em lares pobres e vulneráveis.
Os jovens procedentes de lares pobres e vulneráveis abandonam a escola antes que seus pares de lares acomodados e, quando trabalham, geralmente é em empregos informais. Com 15 anos, quase 70% dos jovens de famílias pobres estão estudando, enquanto que com a idade de 29, três de cada 10 nem estuda, nem trabalha. Outros quatro trabalham no setor informal, apenas dois trabalham no setor formal e um é estudante trabalhador ou estudante”, diz o estudo.
Caco Barcellos em Paraty durante a Flip 2016. Gabi Carrera Globo
Caco Barcellos: “Erros históricos nascem a partir da imprecisão jornalística”
Há 10 anos no ‘Profissão Repórter’ e assediado na Flip, o jornalista defende ouvir as vozes que soam
Caco Barcellos (Porto Alegre, 1950) é um dos repórteres mais conhecidos do Brasil, ainda assim não é esperado que caminhar ao ar livre com um jornalista seja comparável a circular com uma celebridade. Porém, para ele, é quase impossível dar dois passos sem que alguém peça uma foto, um autógrafo ou uns minutos de atenção a um assunto que pode render a próxima “reportagem maravilhosa”. Foi assim em Paraty, onde esteve durante a última Festa Literária de Paraty, onde participou de um debate com o repórter britânico Misha Glenny.
Há 10 anos à frente do programa Profissão Repórter, na Globo, e lançando um livro sobre essa trajetória, Caco, estatura, semblante e voz ultra-amigáveis, dá atenção a todos, sem distinção. Sorri para as selfies, anota contatos e dá o seu. Afinal, para alguém que aos 12 anos saía do bairro pobre onde morava para escutar histórias de pessoas que encontrava aleatoriamente e depois escrevê-las em casa, a rua manda.
Preciso fazer uma grande ressalva aqui, porque quando uma frase começa a circular, às vezes deixa de traduzir exatamente o que se disse. Não quero parecer pedante e nem ser o dono de verdade. Tenho o maior encanto e admiração e respeito pelo jornalismo de opinião. O que critiquei lá é quando isso vai para a reportagem. Não acho legítimo. O repórter tem o dever de ser preciso. Pode ser até analítico, mas não emitir juízo. Na reportagem de rua, fico imbuído, inclusive, de melhor informar o meu colega de opinião. Se eu não fizer isso de modo preciso e correto, ele vai emitir um juízo errado sobre aquele universo que estou retratando. E não só ele, mas também o advogado, o sociólogo, o antropólogo e mais para frente o historiador… todo mundo, na esteira do seu erro, pode cometer outros erros. Por exemplo, essa matança que a polícia militar provoca no cotidiano das grandes cidades brasileiras – isso é muito mal reportado pela mídia no seu conjunto. Quem sabe, lá no futuro, o historiador não passe em branco por esse momento da história. Não vai poder dizer “olha, os negros pobres do estado mais rico da federação estão sendo eliminados com a frequência de três por dia, um a cada oito horas”. Se o repórter não fizer esse registro preciso e contundente, a cadeia toda pode falhar, a começar pelo jornalista de opinião.
Juiz autoriza tortura para desocupação de colégio no Distrito Federal
Juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, determinou que a Polícia Militar promova a desocupação do Centro de Ensino Asa Branca de Taguatinga torturando os estudantes
O Juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, determinou no último domingo, 30, que a polícia militar promova a desocupação do Centro de Ensino Asa Branca de Taguatinga, com métodos torturantes frente aos estudantes.
Na decisão, o juiz autorizou que a polícia:
a) suspenda o fornecimento de água, energia e gás;
b) suspenda o acesso de terceiros, em especial parentes e conhecidos ao local;
c) suspenda o acesso de alimentos ao local;
d) use instrumentos sonoros contínuos voltados para os estudantes;
O isolamento físico e privação de sono estão entre técnicas de tortura autorizadas pela agência de inteligência (CIA) para combater o terrorismo após setembro de 2011. Como explica o colunista e Procurador do Estado, Márcio Sotelo Felippe – “uso de sons para infligir sofrimento a uma pessoa, privando-a do sono, é conhecida e antiga técnica de tortura”.
Governo fecha entrada e corta energia e água do Núcleo de Educação
Medida foi adotada 24 horas após a ocupação do prédio por estudantes que protestam contra medidas encaminhadas ao Congresso pela gestão Michel Temer
A energia e a água do prédio que abriga o Núcleo Regional de Educação (NRE), no bairro São Francisco, foram cortadas nesta terça-feira (1º). O local está ocupado por estudantes desde a última segunda-feira (31). A Polícia Militar foi acionada. Colocadas ao redor do prédio, as equipes impedem a entrada de comida e de novos estudantes. Servidores, aposentados e pensionistas estão tendo acesso ao prédio, mediante liberação da polícia.
(correção: O título da reportagem foi atualizado às 13h desta quarta-feira retirando a expressão “sem mandado”, pois a execução de ação de corte de água e energia do prédio não exigia a expedição de uma ordem judicial. Naquele momento, o governo do estado ainda buscava uma decisão judicial para desocupar o edifício)
A informação do corte de energia e água partiu de um integrante da Procuradoria- Geral do Estado e foi confirmada por policiais que acompanham a ocupação no prédio administrativo da Secretaria Estadual da Educação.
Secundaristas são perseguidos e espancados por PMs em SP
Ao contrário do anúncio oficial, governo Alckmin não retrocede reorganização escolar e utiliza PMs para intimidar estudantes
A resposta que o governador Geraldo Alckmin tem dado às manifestações e ocupações de secundaristas contra o fechamento de escolas no estado e, mais recentemente, contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016 é preocupante e revela, mais uma vez, a fragilidade da democracia no país.
Por outro lado, aponta para a capacidade de mobilização e força desses jovens, algo inesperado para os cabeças de planilha, lotados na administração pública e distantes dos reais anseios da população que é a democracia participativa. Alckmin comprovou estar distante dessa nova política, não apenas ao propor seu programa de reorganização escolar, sem antes dialogar diretamente com estudantes, professores e mães e pais de alunos, mas pela forma como vem utilizando agentes da Segurança Pública do Estado para perseguir, coagir e até espancar estudantes.
Não parecia que a gestão Alckmin chegaria a esse ponto, ao revogar, em dezembro de 2015, o decreto que propunha a reorganização escolar. Mas a atitude do governador foi um engodo. O fechamento de escolas e salas de aula está em andamento, como você verá nos números apresentados ao final desta matéria e, pior ainda, jovens ligados diretamente às manifestações estão sendo perseguidos e sofrendo abusos físicos.
Estos son los adolescentes más influyentes del año 2016
La revista TIME es la encargada de elaborar cada año el listado que recoge a los “teens” más destacados. Os presentamos 13 inspiradoras historias de adolescentes que no han perdido su tiempo
No han cumplido los 20 y ya están, cada uno a su manera, generando un impacto en el mundo. Son jóvenes, pero eso no les impide ser personalidades influyentes en diversos ámbitos, como el emprendimiento, la interpretación, la música, la moda, el activismo social, el deporte, la política o la ciencia.
Ellos son los 30 adolescentes más influyentes del 2016, según la lista que publica cada año la revista TIME.
Para elaborar la clasificación, la revista ha tenido en cuenta el impacto global en medios y redes sociales, así como la habilidad de estos jóvenes para general noticias.