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Após perder a casa que foi levada pelo tsnumami de lama, Angélica Peixoto só conseguiu recuperar um pedaço de madeira esculpido, um presente do filho quando ainda era pequeno. Douglas Magno

Após perder a casa que foi levada pelo tsnumami de lama, Angélica Peixoto só conseguiu recuperar um pedaço de madeira esculpido, um presente do filho quando ainda era pequeno. Douglas Magno

Desastre de Mariana

Preconceito e espera em Mariana, epicentro da dependência da mineração

Atingidos pelo rompimento da barragem convivem com discriminação em Mariana e têm dificuldade de se acostumar com a nova rotina urbana

“Já ouvi gente falando que devia ter morrido todo mundo na tragédia de Mariana”, conta com indignação Sandra Quintão, ex-moradora do vilarejo de Bento Rodrigues, um dos mais devastados após o colapso da barragem de Fundão, da mineradora Samarco. Há um ano, ela viu, em poucos minutos, seu bar e o casarão centenário herdado do pai desaparecerem e serem levados pela enxurrada de lama produzida após o rompimento do reservatório de rejeitos. Agora, além de ter que recomeçar a vida do zero, precisa enfrentar o preconceito de alguns moradores da cidade que a acolheu.

Em um município fortemente dependente da mineração em que a atividade emprega direta ou indiretamente grande parte dos moradores, os atingidos são apontados por uma parcela da população como os culpados pelo complicado momento econômico que vive a região. A acusação irrita Sandra: “Tem gente revoltada com os atingidos pela lama, falando que Mariana está quebrando sem a Samarco e que nós estamos bem, vivendo de aluguel aqui na cidade e ganhando salário da empresa. Como podem dizer que estamos bem?”, questiona.

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http://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/03/politica/1478188722_606609.html