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ANIVERSÁRIO DA MATANÇA DE IGUALA

As cinzas do ‘caso Iguala’

Massacre completa dois anos com o Governo mexicano incapaz de resolver o caso

Dois anos se passaram, e o caso Iguala deixou em seu rastro a renúncia de dois altos oficiais da segurança nacional do México, o desgaste da imagem do presidente Enrique Peña Nieto; foi investigado por dois grupos internacionais de especialistas em crimes contra os direitos humanos; tem sido manchete dos meios de comunicação no mundo inteiro; recebeu orações do Papa; foi tema de reuniões das Nações Unidas; e soma, segundo o relatório mais recente divulgado, 130 prisões, 422 resoluções judiciais, 850 depoimentos, 1.651 atuações de peritos e um registro babilônico de 240 volumes e 250.000 páginas. Mas tudo isso equivale, diante do olhar sem vida dos pais das vítimas, a duas frases: “Continuamos no ponto de partida. O Governo quer esconder a verdade”, diz o porta-voz Felipe Cruz.

O sequestro e assassinato de 43 alunos da escola de magistério rural de Ayotzinapa continuam sem solução, caindo como duas gotas paralelas: uma sobre a cabeça dos familiares, que ainda não sabem o que aconteceu com eles, e outra sobre a do Estado, incapaz de completar uma investigação definitiva, embolorado pela desconfiança da sociedade e soltando lastro para tentar respirar: o último, a renúncia de Tomás Zerón, o diretor da Agência de Investigação Criminal, o número um do caso, submetido a uma investigação interna sobre uma possível manipulação de provas, mas que não foi afastado do parnaso da burocracia, e sim nomeado — “premiado”, na opinião dos pais — como secretário técnico do Conselho Nacional de Segurança “em reconhecimento por suas ações”.

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http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/23/internacional/1474645962_821901.html