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A amarga vitória da Livraria Lello

Cenário de um dos filmes de Harry Potter, a livraria portuguesa decidiu cobrar ingresso dos visitantes

O português Antonio Lopes além de meu sogro era peixeiro, e em suas viagens partia em busca do mercado municipal. Queria ver o sortimento, qualidade e atendimento, ver os pescados, sentir cada mercado, em cada cidade. Para um livreiro de rua como eu, imagine, as minhas andanças são pelas livrarias que ainda resistem nas cidades, apesar da web, dos shoppings e das lojas de departamentos e supermercados que oferecem livros às mancheias, perdão, Monteiro Lobato.

Foi assim que fiz amizade com comparsas como o livreiro da Folha Seca, no Rio, ou com a Arte & Letra, em Curitiba, exemplos de resistência com elegância.

Na Shakespeare & Co. percebi as pequenas ideias espalhadas pelos corredores caóticos da livraria e sebo parisiense, e realmente tem caldo histórico, apesar da cara de peixe morto da loirinha herdeira e atual mandatária da lendária livraria do entre-guerras.

Mas a livraria preferida, a que visitei um punhado de vezes, é a portuguesa Lello, no Porto. Na primeira visita tive uma estranha emoção, olhei para as prateleiras centenárias coalhada de livros novos, e a sensação de longevidade do lugar me emocionou. Fui amparado pela minha mulher, subimos as escadas vermelhas, tomei um café e depois tomei coragem, fui me apresentar ao livreiro, no caixa logo na entrada, ele de gravata.

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http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/10/opinion/1455108011_699676.html?id_externo_rsoc=Fb_CM