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abandono escolar, adolescente, bullying, machismo, ONG Ibeac, rede social, sexo, suicídio, vídeos, vida sexual, violência
Vida sexual de meninas vira bullying Top 10
Vídeos que expõem a sexualidade de estudantes viralizam em escolas públicas de São Paulo
“Ela entrou na sala e todo mundo gritou: puta, famosinha. Até a professora riu.” O relato explícito de um estudante de 16 anos de Diadema não espanta colegas de outras escolas e regiões da Grande São Paulo. Desde o ano passado, episódios de humilhação coletiva tornaram-se mais comuns por causa de vídeos espalhados pela internet com imagens de adolescentes e insultos por suas supostas vidas sexuais. Para especialistas, mais chocante do que o bullying é a postura omissa do adulto, que precisaria cuidar das vítimas e combater o machismo.
Chamados de “Top 10”, os vídeos expõem meninas de 11 a 16 anos com montagens a partir de fotos ou filmes extraídos de redes sociais ou enviados por celular. Os “rankings” são feitos por escola ou região e circulam em páginas do Facebook, YouTube ou pelo aplicativo de trocas de mensagens Whatsapp. Em Parelheiros, extrema zona sul de São Paulo, a articuladora da ONG Ibeac, Sidineia Chagas, contabiliza entre as consequências casos graves de depressão, abandono escolar e um suicídio. “É uma crueldade que está viral. A sociedade precisa reagir”, pede.